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Essência da Vida

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Acordei hoje com um tema na minha mente, reforçado pelas notícias que me foram surgindo “por acaso” na net, um tema denso e nada simples, mas que em tudo tem a ver com a energia que vivemos nestes dias.

Observemos as notícias na televisão, nos jornais e revistas ou na internet, e vejamos a quantidade de pessoas que têm desencarnado nas últimas semanas. Desde os passageiros do avião da Malásia (que, salvo uma qualquer conspiração global como as que se têm falado, também, provavelmente, já não estarão entre nós, fisicamente), aos que morreram nos desastres por sismos, até mais recentemente ao barco que virou ao largo da Coreia, a mais um desastre com imigrantes ilegais ao largo de Lampedusa, envolvendo muitas mulheres e crianças, até à explosão nas minas na Turquia onde já se estimam mais de 150 mortos, sem contar com todos os anónimos, crianças carenciadas, sem abrigo, danos colaterais das inúmeras guerras que assolam o nosso planeta, são milhares e milhares de almas que, todos os dias, colectivamente, desencarnam da nossa dimensão e iniciam a sua jornada noutros mundos.

Basta que nos foquemos um pouco nestes factos e, rapidamente, poderemos sentir que são almas que partem da nossa dimensão muito atormentadas, perdidas, muitas delas sem sequer terem bem noção do que lhes está a acontecer. Almas assim são vulneráveis a seres de baixa densidade que, neste momento, necessitam de mais força para continuarem a criar o medo, o desespera, a solidão e todos os sentimentos que neste momento controlam ainda grande parte da nossa população.

Olhando também para o mundo dos vivos, vejamos quantos e quantos, todos os dias, mergulham nestes sentimentos e vivem depressões, medos e em desespero porque o mundo material, que a sombra durante milénios alimentou como sendo a base de sustentação da evolução humana, está a desmantelar-se às mãos de um colectivo despertar espiritual provocado por, neste momento, estarmos no meio dum processo de transição de Eras Astrológicas, de Peixes para Aquário. Esse lugar no meio das duas Eras, como uma ponte entre duas margens, é um espaço complexo e desafiador, que nos está a pedir um resgate da essência divina individual que nos permitirá atingir feitos como nunca antes tivemos, o foco da Era de Aquário, em contraposição da estrutura emocional deturpada, a armadura material do lado perverso da Era de Peixes. No entanto, não nos iludamos, a Era de Aquário não será a solução de nada, se assim não nos permitirmos desenvolver espiritualmente, algo que ainda pertence à Era de Peixes.

Nunca, nos nossos registos, fomos tantos neste planeta, nunca tanta energia circulou e amplificou-se à nossa volta. Ferramentas como as redes sociais permitem que estejamos em todo o mundo em consciência racional, acedendo a informação que, antes, demoraria dias ou semanas a chegar até nós. Isto permite também que, rapidamente, os comentários, os boatos, as opiniões, gerem um fluxo de energia que envolve todo o planeta numa questão de segundos, provocando verdadeiros tsunamis energéticos dos quais nem sequer nos apercebemos, que poderiam ser utilizados de forma positiva e evolutiva mas que, frequentemente, só servem para amplificar a vibração de negatividade. Observem os comentários às notícias, as mensagens de discriminação, ódio, raiva, rancor e medo que circulam à nossa volta, está tudo disponível para que todos possamos ver, não estou a trazer nada de novo.

Voltemos ao tópico principal deste texto. Vivemos tempos de desencarnes colectivos que, acredito, têm um propósito, o propósito de que cada um de nós possa abrir os olhos e permitir-se mudar. Não, estas almas não são mártires nem vítimas, estas foram as suas escolhas de caminho de vida, fazerem parte de um processo global profundo, e por isso devemos ser-lhes profundamente gratos, mas ao mesmo tempo auxiliá-los nesta nova jornada. É isso que irei abordar mais à frente. Quando assistimos à nossa frente, no nosso mundo, tantas mortes, tão duras e violentas, com crianças, com pessoas desprotegidas e maltratadas, escravizadas, o nosso coração dá sinal, a nossa compaixão é impulsionada, mas precisamos, sem dúvida, de mais do que isso. Mais uma vez, não quero com isto dizer que o Universo tem um plano macabro de desencarnes colectivos, mas acredito que as almas destes seres escolheram caminhos que as levaram até ali, como forma de limparem os seus karmas, cumprirem os seus propósitos de vida, evoluírem e poderem ser focos de luz para um mundo ainda tão sombrio. Todos estamos ligados, todos os mais de 7 mil milhões de seres humanos que vivem neste planeta, nada funciona por um desígnio de um ser supremo de barbas brancas que se diverte connosco cá em baixo nem por uma sorte qualquer ou um acaso, tudo tem o seu lugar, mas todos temos o poder da escolha ou, se quisermos, do livre-arbítrio.

É curioso escrever sobre isto no dia de hoje, dia de Lua Cheia de Escorpião, lua de profunda transformação interior, em conjunção, embora um pouco alargada, a Saturno (mas que, em horas, ficará também efectiva, ao grau), após um 13 de Maio que nos trouxe a energia de Maria (ver o meu post no facebook da Sopro d’Alma, neste link) e no dia em que se celebra, na cultura budista, o Vesak, o aniversário do Buda. É uma imensidão de energia profunda de transformação interior que, mais uma vez, nos pede reflexão e transformação, amor incondicional e compaixão. Lua e Saturno são alimentados pela energia de Plutão, em Capricórnio, pedindo-nos que nos libertemos das amarras da matéria, que nos torna mais densos e menos próximos do Pai, Fonte do profundo Amor, a energia menos densa de toda a existência material e não material, mas que também existe, reside e habita em nós. Plutão é também o símbolo da destruição para a purificação, enquanto Escorpião é o signo da morte para o renascimento. É apenas isso que estas energias nos estão a pedir. Com Saturno a fazer o final do seu percurso no signo de Escorpião e a caminho do signo de Sagitário, ele está a readaptar os nossos códigos energéticos para as profundas mexidas energéticas que, creio, fará no signo da Fé para uma nova etapa da nossa caminhada enquanto seres de Luz.

É muito curioso perceber também a quantidade de pessoas ligadas às artes que têm desencarnado, seres cujas vidas foram em sintonia com a criatividade e com a subtileza da inspiração que a Fonte nos traz e que se reflecte em obras que nos elevam emocional, criativa e espiritualmente. Acredito, honestamente, que as suas energias, neste momento, são mais necessárias noutros planos.

Não era difícil de compreender que este ano é um ano de desencarnes, nomeadamente no mundo ocidental. Estamos em 2014, sendo que 20 remete-nos à carta do Tarot, O Julgamento, ligada a Plutão, e o 14 remete-nos à carta A Temperança, ligada à energia de Sagitário, a carta da cura e da alquimia, que extrai da energia libertada dos processos de morte a sua essência divina de vida, numa verdadeira transformação de chumbo em ouro. Muitas vezes, a Temperança é associada a energias de fim de ciclo e transcendência, pois ela representa a subida de uma oitava profunda de consciência que, tantas vezes, dispensa o plano físico tridimensional. Contudo, ela pede que possamos, como se dum processo alquímico se tratasse, extrair das situações a sua essência, compreendendo, desta forma, que estes desencarnes são profundas libertações de almas e que façamos, não só, os processos de luto, mas também, e principalmente, que possamos recolher destas situações um ensinamento, uma semente de transformação individual que, idealmente, provocará a transformação e ascensão das sociedades, da humanidade e do planeta.

Vivenciar a morte é, para nós humanos, sempre um processo difícil e duro, muito ligado à sensação de perda e medo que nos foi fomentado pela construção de uma ideia bidimensional do pós-morte. O que as energias descritas atrás nos trazem são um pedido de tomada de consciência sobre o nosso ser e sobre a vida, não sobre a morte. Olhemos o mundo, olhemo-nos de forma verdadeira, e percebamos uma coisa simples. Vivemos sem tempo para nós, focados no trabalho, no dinheiro, nas contas para pagar. Mesmo aqueles que entram nos caminhos espirituais, muitas vezes na ânsia de ajudar os outros, esquecem-se de si mesmos. Contudo, perguntemo-nos e respondamos honestamente, o que levamos da vida na Terra? Este corpo é apenas um invólucro, o dinheiro nem sequer é algo verdadeiramente real, muitos de nós poupam uma vida inteira para deixar algo aos filhos, mas depois vêm os problemas de saúde e levam tudo, porque preferimos viver com pouco do que aproveitar aquilo que o Universo nos permitiu obter. Não digo com isto que devemos esquecer e esbanjar tudo, claro que temos contas para pagar e temos de trabalhar, mas quantos de nós, em prol do dinheiro, trabalham horas a fio e esquecem-se, acima de tudo, de si mesmos, mas também dos maridos, das mulheres e dos filhos. Ouço frequentemente a justificação do “tenho muito trabalho” ou “tenho contas para pagar”, ou ainda, “tenho de criar os meus filhos”, mas depois vejo essas pessoas, que tanto lutam para dar condições aos filhos, para terem uma boa casa, um bom carro, etc., a depois, devido a isso, não terem tempo para dar amor a essas pessoas que, teoricamente, são as mais importantes.

Percebamos, duma vez por todas, que ao vivermos desta forma, continuamos a ser escravos do trabalho, do dinheiro, do tempo. Deixamos de viver para o amor e passamos a viver para aquilo que a sociedade nos levou a materializar que era a expressão do amor. Amar não é dar coisas caras nem bonitas, amar não é levar a jantar num restaurante caro, amar não é dar um brinquedo ou um jogo para a criança ou o adolescente não chatear com coisas “que não interessam”, isso é comprar. O amor é a água que alimenta as sementes que plantamos na nossa vida, é ele que as faz crescer e dar frutos, é ele que nos torna seres de Luz. O Mestre Jesus disse, no evangelho de Tomé, 63, «Essência da vida – Disse Jesus: havia um homem rico que tinha muito dinheiro. E ele disse: usarei meu dinheiro para semear, colher e plantar, e encherei meu celeiro de frutas, para que nada me falte. Era isso que ele sentia em seu coração. E naquela noite ele veio a morrer. Aquele que tem ouvidos que ouça.»

A vida é efémera, e é isso que estamos a ver à nossa volta, todos os dias, e dela só levamos aquilo que aprendemos em cada uma das nossas acções, o amor que damos e o que recebemos de volta.

Escrevi atrás que seria necessário auxiliar todas estas almas que estão a partir e que, muitas, estão perdidas pela forma como partem. Como o fazer? Duma forma simples. Não vamos salvar ninguém, simplesmente vamos auxiliar através das nossas orações. A oração é uma poderosa ferramenta de contacto com o divino que deve ser fomentada e trazida como hábito. Não é um pedido, é mais um agradecimento, pela vida, pelo que ela nos dá, por cada dia, pelo raio de sol que entra na nossa janela, pelas pessoas que se cruzam connosco e nos trazem tanto, por tudo. Nessa mesma oração, que possamos pedir Luz para que todos os que estão a desencarnar possam subir para planos menos densos e de menor sofrimento, pedir Luz para os Seres que, nos outros planos, podem auxiliar todas estas almas, nomeadamente as que partiram como crianças. Tão simples como isso, apenas orar, porque a oração eleva-nos e é uma reflexão de um profundo amor.

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