Há poucas horas concluiu-se um processo de uma semana muito agitada mas igualmente muito interessante. Em cerca de 6 dias, 4 planetas mudaram o seu movimento aparente, fazendo uma profunda mudança na energia que nos circunda. Essa mudança foi de tal forma que, inclusive, pelo menos no nosso país, até o tempo mudou.
Atenção! Parte teórica e técnica de Astrologia do artigo!
Nestes últimos 6 dias nos céus passou-se o seguinte. No último dia de Fevereiro, Mercúrio saiu do seu movimento retrógrado, depois de um dos períodos retrógrados mais intensos de que tenho memória (não só para mim, mas eu senti-o bem na pele), deixando ainda os seus restinhos pelos dias que se seguiram. No dia seguinte, 1 de Março, Marte entrou em movimento retrógrado, onde vai estar durante, praticamente, 3 meses, quase metade da sua permanência excepcionalmente longa no signo de Balança. No dia seguinte, dia 2 de Março, Saturno entrou em movimento retrógrado no signo de Escorpião, onde vai estar durante cerca de 5 meses. Por fim, hoje, Júpiter terminou esta dança voltando ao movimento directo e iniciando o seu caminho por dois decanatos do signo de Caranguejo para, em Julho, poucos dias antes de Saturno voltar ao seu movimento directo, entrar no signo de Leão. Não satisfeitos com isto, Vénus entrou ontem no signo de Aquário e a Lua esteve na fase Nova no dia 1.
Fim da parte teórica! 😉
Tudo o que se viveu nestes últimos dias foi um perfeito ajustamento energético e o culminar desse processo com a mudança de direcção de Júpiter, em plena quinta-feira, o seu dia, em aspecto tenso com a quadratura Úrano-Plutão, de que tanto se tem falado por aí, e em aspecto muito fluído com o Sol, Neptuno e Quíron, tem um significado profundamente poderoso de libertação e expansão de consciência do Eu emocional. No tempo em que Júpiter esteve retrógrado as emoções foram contraídas, originando uma reflexão interior por vezes um pouco violenta (note-se que Marte entrou em Balança, o signo das relações e das conexões humanas, poucas semanas depois do início do movimento retrógrado de Júpiter, trazendo com ele uma confusão entre acção e emoção), colocando em causa o que sentíamos e o que pretendíamos para nós até ali. Ele colocou, durante meses, um autêntico buraco negro na nossa consciência, não no sentido negativo, mas sim no sentido em que atraiu até ela tudo aquilo que precisávamos de compreender através do coração, ainda que não o estivéssemos preparados para fazer. Agora, quando volta ao movimento directo, ele vem desafiar essa mesma consciência, cheia da energia absorvida durante os últimos meses, a expandir-se e a curar-se emocional e profundamente.
É muito natural que determinados assuntos que tenham começado a vir ao de cima, absorvidos pela energia de Júpiter e revelados por Saturno em Escorpião (estejamos atentos aos casos da Síria e, mais recentemente, da Ucrânia, duma forma global, mas estejamos também atentos para as nossas próprias “Sírias” e “Ucrânias” interiores), comecem agora a ser trabalhados de forma mais assertiva e cirúrgica, pois o objectivo é verdadeiramente curar essas situações, operando-as, retirando o mal, purgando-as e cauterizando-as duma vez por todas. Assuntos de natureza interior, familiar, ou até mesmo kármica, que nas últimas semanas começaram a vir à consciência, têm agora a possibilidade de serem trabalhados exactamente dessa forma que expliquei.
Na verdade, esta semana foi o colocar o pé na embraiagem e colocar a mudança para podermos, se assim quisermos, avançar em nível de consciência. No seu percurso pelo signo de Caranguejo, Júpiter está a trabalhar as emoções e as ligações primordiais da nossa existência, a nossa Fonte de Vida, trazendo-lhe mais força e caudal, para que, quando entrar em Leão, ele possa expandir o nosso Eu de forma mais consciente. Qual o segredo deste processo? É simples mas muito desafiador! Saturno, Úrano e Plutão em acção, revelando, quebrando, limpando e purificando cada molécula da nossa essência, para que possamos ser verdadeiros connosco mesmos.
Olhe lá para estes últimos dias, para estas últimas semanas, e observe atentamente se o que lhe tem sido pedido não é mais do que ser transparente, honesto, sincero e Verdadeiro consigo mesmo e com o que o rodeia! Veja bem se o que tem necessitado fazer não é o assumir de um caminho, de um trajecto, de uma Verdade sua e apenas sua, respeitadora da Verdade do seu Irmão. Duma forma muito espiritual, o que lhe tem sido pedido (e vai continuar a ser) é que cada um de nós caminhe na Luz!
Podem perguntar-me: então, mas afinal o que é isso de caminhar na Luz? Recorro-me das palavras do Mestre Jesus:
«Jesus disse: Se vossos guias vos disserem: ‘o reino está no céu’, então as aves vos precederam; se vos disserem que está no mar, então os peixes vos precederam. Mas o reino está dentro de vós, e também fora de vós. Se vos conhecerdes, sereis conhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis em pobreza, e vós mesmos sereis essa pobreza.»
Evangelho de Tomé, 3
«Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e nos vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.»
Evangelho segundo Mateus, 18 – 1 a 4
Este é o verdadeiro caminho na Luz, conhecermo-nos e sabermos quem somos, retornarmos à nossa essência, à nossa Criança Interior, tão bem simbolizada pelo signo de Leão, também ele símbolo do Cristo. Caminhar na Luz é caminhar em nós mesmos e não nos deixarmos envenenar pelo mundo exterior, material e manipulador. Sim, vivemos num mundo de matéria e é na matéria que teremos de viver, mas a matéria existe como plataforma de crescimento, não para que fiquemos presos e dependentes dela. Por isso estamos a experienciar a fase mundial que estamos a viver, para que possamos purificar a nossa relação com o mundo material e não sermos dependentes nem vivermos em função dele.
Ao longo destas últimas semanas temos sido confrontados com o nosso Eu em revolução, com a nossa essência que nos tem vindo a transmitir tudo o que necessitamos de trabalhar. Todos os temas que surgiram nas últimas semanas vão ser alvo de trabalho durante os próximos meses, não na forma de testes, porque já não são precisos mais testes, agora simplesmente é preciso fazer, executar, agir, trabalhar. Não há mais tempo para perder, não há mais tempo para protelar a evidência de que cada um de nós precisa de fazer, já, o seu próprio caminho!
Por isso, se ainda não o fez, agora é o momento de se procurar a si mesmo, de se encontrar, de lidar com aquelas questões que estão aí pendentes e que começam a dar urticária. Se já o começou a fazer, agora é o momento de subir mais um degrau, tomar a decisão e avançar, com consciência e determinação.
Olhe para si e reflita sobre isto, mas, acima de tudo, reflita sobre a sua vida e sobre quem é e quem quer ser. A resposta que procura está unicamente dentro de si!