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Abril, mais uma chave para a Ascensão

Abril

Estamos a viver um dos mais intensos meses dos últimos anos em termos de eventos astrológicos e, provavelmente, o mais forte deste ano. Abril é um mês marcado por dois eclipses, uma quadratura perfeita entre Úrano e Plutão e uma grande Cruz Cardinal (com mais uns pozinhos pelo meio). Tudo isto no espaço de, sensivelmente, 15 dias.

Mapa lua nova 31 Abril 2014
Mapa – Lua Nova – 30 de Abril de 2014

Bem, na realidade, a história deste mês começa um pouco antes, ainda em Março, mais propriamente no dia 30, quando se deu a lua nova de Carneiro. A primeira lua nova do ano astrológico foi muito especial, na medida em que foi a primeira activadora deste fenómeno que vamos viver entre o dia 22 e o dia 23, a Cruz Cardinal. Fazendo conjunção a Úrano e quadratura a Plutão e a Júpiter, ela foi o primeiro indicador de um mês de Abril muito intenso e perfeitamente alinhado com o que podemos chamar de mais uma chave para a Ascensão.

Vamos ver se compreendemos um pouco melhor todos estes eventos. Na lua nova, Sol e Lua estão conjuntos, ou seja, estão unidos, amplificando a sua energia. Ao estarem no signo de Carneiro, o seu trabalho é de trazer a consciência da acção que é necessária para um determinado propósito. Mas que propósito? Pois bem, ao mesmo tempo, nesse dia, Sol e Lua unem-se a um outro planeta, Úrano, o grande renovador que anda há largos anos a trazer-nos coisas novas, diferentes e revolucionárias, e que nesta altura já é o vértice dum alinhamento muito desafiador que já se formava nos céus, aquilo que se chama uma quadratura-T, com outros dois planetas: Júpiter e Plutão, em Caranguejo e Capricórnio, respectivamente.

Júpiter e Plutão estão em oposição, a medir forças, durante algumas semanas. Eles trazem-nos um paradigma entre a necessidade de destruir e purificar os poderes instituídos, eliminando apegos e todo o tipo de deturpação daquilo que deve ser, realmente, o poder, e a evidência das necessidades que temos de estrutura, ordem e regras (leis) na sociedade, mas também carinho e afecto, amplificada pelo poder de Júpiter, que vem demonstrar a sua importância. Porque é que isto é um conflito? Simples, em meu entender, porque esta oposição vem-nos relembrar, noutra perspectiva, uma fórmula já há muito apodrecida. Recordemo-nos de alguns exemplos muito simples disto. Por um lado, a discussão que tem existido ao longo das últimas semanas sobre questões estruturais como o Serviço Nacional de Saúde em Portugal, que parece estar a andar em círculos, com uma clara compreensão da sua insustentabilidade, mas sem soluções de compromisso para o manter, ou, por outro lado, o sucesso do ObamaCare, o plano de previdência de saúde (através de seguros de saúde do estado, algo mais próximo aos sistemas de saúde públicos europeus) norte-americano, que ultrapassou todas as expectativas de adesão, com 7 milhões de inscritos no termo do prazo. Outros exemplos, mais subtis, também revelam esta premissa. O presidente francês, François Hollande, enfrenta a maior queda de popularidade do seu mandato, tendo sido sancionado em eleições autárquicas, e que levou ao pedido de demissão do seu primeiro-ministro e constituição de novo gabinete, demonstrando que a onda de esperança que o presidente francês trouxe aquando da sua eleição e as promessas que trazia consigo não conseguem passar para a realidade. Outro exemplo é o caso brasileiro, em que a presidente Dilma Rousseff começa a sofrer uma queda na sua popularidade e um crescendo de contestação a todos os níveis, embora ainda se mantenha na liderança para as eleições presidenciais que, provavelmente, irá ganhar. Todos estes exemplos, e muitos mais, constituem cisões com estruturas já existentes e que começam a revelar a necessidade de novas soluções, exactamente o que Úrano, no vértice de libertação deste triângulo vem pedir. Quando Lua e Sol se unem, trazendo a semente da lua nova, eles plantam aquilo que vai ser a acção futura, trazida pela consciência que irá ser trabalhada. Contudo, isto foi, ainda, em Março.

Mapa - Eclipse Lunar - 15 de Abril de 2014
Mapa – Eclipse Lunar – 15 de Abril de 2014

Abril é aquilo que se pode chamar um mês agitado! Note-se a quantidade de eventos sísmicos e actividade vulcânica que o nosso planeta tem tido só nestas duas semanas, por todo o mundo! Contudo, a primeira baliza foi o eclipse lunar do dia 15, um eclipse de Lua Sangrenta. Não me vou debruçar sobre esse fenómeno, até porque terei mais quatro oportunidades para o fazer ao longo do próximo ano e meio, mas sim sobre o eclipse em si. Não sou especialista em eclipses, muito pelo contrário, mas gostaria de referir um facto curioso em relação ao mapa deste. Como se pode ver pela imagem, o eclipse, que é manifestado pela lua cheia, oposição entre Sol e Lua num alinhamento particular, tem uma característica interessante, que é o facto de esta oposição não fazer aspectos substancialmente fortes a mais nenhum planeta (eventualmente poderemos considerar uma conjunção com Marte, mas já está muito afastado). De forma menos técnica, compreende-se que esta lua cheia, em forma de eclipse, algo muito poderoso em termos esotéricos, é um acontecimento que se “isola” de todos os movimentos que estão a acontecer à sua volta, criando uma intensidade muito concreta em si mesmo.

Os eclipses sempre foram muito temidos, desde os tempos medievais, na Idade das Trevas, pois eles representam uma mudança na ordem natural do dia ou da noite. Num eclipse da lua, a Terra fica no meio dos dois luminares, todos perfeitamente alinhados, de tal forma que o reflexo da lua (cheia) desaparece. Esotericamente é como se o Sol tapasse a Lua, filtrando através da sua consciência (Sol) o conhecimento interior (Lua), activando e amplificando uma visão e uma sensibilidade que estão para além do “normal”. Com o Sol em Carneiro e a Lua em Balança, o tema são o Eu e o Outro, as relações interpessoais, a ligação que tenho com quem está à minha volta, o que dou e o que recebo. Fazendo um pequeno jogo de regências, Sol em Carneiro é regido (ou disposto) por Marte em Balança, que por sua vez é regido pela Vénus em Peixes. A Lua está em Balança e por isso também é regida pela Vénus. Ora, em Peixes, a Vénus tem como regentes Júpiter (que está em Caranguejo e é regido pela Lua, que está em Balança, e por isso voltamos à Vénus) e Neptuno, que está no seu signo, em conjunção à mesma Vénus, reforçando a sua energia.

Confuso pelos movimentos de regências astrológicas? Tentando simplificar, o que se demonstra é que este eclipse tem como principal foco de energia direccionada a energia de Neptuno em Peixes, que nos relembra a energia crística, a entrega e o sacrifício em prol dum bem maior. Esta primeira baliza é, na realidade, a tomada de consciência que, para ultrapassarmos todos os nossos problemas enquanto sociedade, temos de nos libertar das nossas questões de Ego e trabalhar as nossas relações, pois é em união e Amor que vamos encontrar as soluções para todos os problemas. Parece utópico? Em última instância (ou em primeira), é, sem dúvida! Mas o que é da humanidade sem objectivos, sonhos ou projectos comuns, de evolução pessoal, individual e colectiva, de verdadeira ascensão? Pois… é exactamente aquilo em que se tornou, uma sociedade de autómatos.

Mapa da Cruz Cardinal apenas com os planetas que a compõem
Mapa da Cruz Cardinal apenas com os planetas que a compõem

A grande Cruz Cardinal, esse evento temido por muitos, enaltecido por inúmeros astrólogos, que têm feito dele objecto de artigos (olha eu aqui também a fazer o mesmo), palestras (também vou fazer) e até workshops, é, sem dúvida, algo importante e muito intenso, um verdadeiro fogo-de-artifício, como referia o António Rosa no seu extraordinário artigo (que recomendo vivamente), uma enorme agitação que vem ao nosso encontro para mexer em tudo aquilo que somos e podermos fazer grandes mudanças de consciência. O que este evento nos traz é um alinhamento especial entre (neste caso) quatro planetas que, nos céus, formam um quadrado com uma cruz, como pode ver na imagem. Em termos astrológicos, acontece que estes planetas estão ligados por aspectos muitos desafiadores, quadraturas e oposições, que vão evidenciar as suas diferenças, nomeadamente porque os quatro planetas estão em quatro signos diferentes, cada um num dos quatro elementos, todos eles de modo Cardinal.

O modo Cardinal é um dos três modos que são associados aos quatro elementos, criando os 12 signos, as 12 energias. Cada modo está associado a uma parte da estação do ano, sendo que o Cardinal refere-se ao início da estação, o momento do seu arranque, da vitória sobre a estação anterior. Em Carneiro, é a vitória da vida, a vitória da Primavera sobre o frio e a aridez gelada do Inverno. Em Caranguejo, temos o início do Verão, o alimentar dos frutos e dos cereais que no seu final irão ser colhidos e guardados para as épocas seguintes, é o fortalecimento e o alimento da vida. Em Balança, é o Outono que chega, com a sua força destruidora que nos obriga a unirmo-nos para podermos acelerar os processos de recolha dos alimentos antes que apodreçam. Em Capricórnio, é a vitória do frio do Inverno que vem criar uma camada protectora para que no interior da terra, no seu recolhimento, os nutrientes possam calmamente repousar e criar alimento para o próximo ciclo. Contudo, todos estes signos têm em comum a intensidade da sua força, pois eles precisam de fazer o primeiro e mais forte impulso para o início. Como um automóvel ao qual damos à chave na ignição para o fazer arrancar, eles são a faísca e o maior impulso de energia. É por isso que este é um evento tão forte, porque as energias de base dele são, por natureza, muito intensas.

A unir-se a isto está a própria natureza dos planetas. Úrano, em Carneiro, com o impulso de quebrar estruturas e barreiras, trazer coisas diferentes e novas. Júpiter em Caranguejo, a amplificação do aspecto emocional, fazendo com que tudo à volta faça ressonância nos nossos mais básicos e viscerais sentimentos e instintos. Marte, retrógrado, em Balança, o guerreiro que entra no campo da diplomacia, que nos obriga a olhar para as nossas lutas interiores e a integrar tudo o que os outros 3 planetas estão a trabalhar numa reflexão dura, num colocar em causa, num questionamento sobre “o que estou aqui a fazer”. Por fim, Plutão, que entretanto, no dia anterior ao eclipse lunar, entrou em movimento retrógrado e que no dia 21 irá fazer mais uma das quadraturas exactas com o planeta Úrano (pode ler mais sobre este evento no artigo do António Rosa no seu blog, aqui), mais um forte tremor nas estruturas, e que em Capricórnio está a fazer, desde 2008, uma destruição dos poderes instituídos que já não servem a evolução humana.

Imagem do filme "Tempos Modernos", de Charlie Chaplin, de 1936
Imagem do filme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, de 1936

Já falei um pouco sobre a ligação entre Júpiter, Plutão e Úrano, mais acima. Contudo, aquando da Cruz Cardinal, aquela configuração irá ter a nuance que Plutão e Úrano estarão em quadratura praticamente perfeita e Plutão estará em movimento retrógrado, já impondo um assimilar do impacto de tudo o que entretanto aconteceu e que nos está a fazer remoer, pensar e sentir. Porque, na verdade, esse é o fundamento de todo este processo, um colocar em causa de quem nós somos no meio das estruturas criadas e se elas nos definem ou se somos nós que as definimos, se somos nós que servimos as estruturas, como meras máquinas, ou se são elas que foram criadas para nos auxiliar na nossa caminhada. Recomendo, mais do que nunca, que veja (ou reveja) o filme Matrix, porque esta questão está lá, toda bem espelhada, ou simplesmente pode começar pelo filme que está na imagem, o velhinho Tempos Modernos, de Charlie Chaplin.

Para mim, uma das questões mais fortes desta Cruz é Marte. Quanto mais olho para este Marte, desconfortável, undercover, mais ele me parece aqui o factor oculto da equação. Marte funciona um pouco como um agente secreto com uma missão, uma espécie de 007. Ele passa levemente por ali, está só de passagem. Todos o conhecemos pela sua fama, mas tenho dúvidas que a missão dele seja assim tão visível e explícita, até porque Marte raramente está tanto tempo num só signo. Marte é o planeta mais rápido nesta configuração e é o seu movimento que efectivamente faz e desfaz a Cruz. Como tal, ele é o verdadeiro dinamizador do processo, e o facto de ele estar retrógrado no signo do seu exílio faz com que todo o processo seja vivido nos bastidores. Estejamos a falar da nossa própria vida, dos nossos processos, das empresas, dos governos dos países ou dos movimentos geoestratégicos (lembremo-nos do caso da Ucrânia), a verdadeira faísca e “guerra” encontra-se nos bastidores, cá dentro, deixando algumas reacções, apenas as mais visíveis, para o exterior.

É, por isso, natural que durante este período algumas insatisfações, nos mais variados níveis – pessoal, profissional, relações, etc. – comecem a vir mais ao pensamento e a serem exteriorizadas através de desabafos ou conversas. Contudo, é o turbilhão interior que realmente está a fazer o trabalho, pois irá funcionar como uma espécie de grãozinho de areia na engrenagem que, constantemente, se estará a fazer ouvir. Não aconselho ignorar estas questões, pois elas refletem pontos que necessitam de cuidado e são muitas vezes também, apenas, a ponta do iceberg. Este Marte vem trazer-nos memórias, mas não só a sua reflexão em pensamento, principalmente em emoções, mostrando-nos e evidenciando as consequências das nossas escolhas individuais. Por isso, todo este processo é tão profundo e interessante, mas ao mesmo tempo duro.

10632741536x864DesktopNexus_comO facto é que, por muita conversa e explicação que possamos ter, o importante é o que é vivido. Neste caso, é simples de perceber o verdadeiro impacto de tudo o que nos está a acontecer, basta que cada um de nós olhe para a sua própria vida e para o que está a acontecer à sua volta. Sensações de desconforto, pessoas, relações e situações com as quais já não se identifica, que sente que já não pertencem à sua vida. Uma espécie de sentimento de estar a ser “empurrado contra a parede”, como se lhe estivesse a ser exigido algo, tudo isso é perfeitamente “normal”.

Olhe o mundo à sua volta, veja bem como as pessoas estão, como reagem, o seu humor, as suas expressões. Olhe bem e repare como as pessoas parecem perdidas, desajustadas, a queixarem-se de tudo mas a não se conseguirem mover. Algumas entram em desespero, em paranoias. Este é o efeito real de tudo o que está a acontecer no nosso mundo. A Cruz Cardinal não é um fim, mas sim, como disse acima, mais uma grande chave para esse processo que é a Ascensão. Mas o que é esta Ascensão? É simplesmente uma nova consciência que emerge em nós, do nosso caminho, do nosso propósito. Nós somos seres espirituais a viver uma experiência terrena, escolhemos viver esta densidade da tridimensionalidade para, enquanto almas, num corpo terreno, podermos crescer, desenvolver-nos e cumprir um propósito maior, para darmos valor ao que podemos construir, para reconhecermos que os únicos limites (para o bem e para o mal) são aqueles que nos impomos, para compreendermos que tudo o que temos é uma escolha que fazemos a cada momento.

No final do mês, dia 29, temos a segunda baliza, um eclipse solar anular, um fenómeno lindíssimo em termos visuais e que faz com que a lua, ao passar em frente ao sol, deixe apenas um anel à sua volta. Simbolicamente, temos o inconsciente a filtrar a consciência. Depois de toda a actividade das duas semanas anteriores, que nesta data começa a aliviar, é preciso voltar a sentir para compreender o que mudou e o que se despoletou para mudar daqui para a frente. É preciso olhar para dentro de si mesmo, profundamente, sem medo do que poderá encontrar. Se ao fim disto sentir que não precisa de fazer nada, então, das duas uma, dou-lhe os parabéns porque é um Buda, ou então aconselho-o a começar a usar o coração, porque é um autómato. No signo de Touro, Sol e Lua (também em conjunção a Mercúrio) em eclipse mostram-nos que necessitamos de ver os nossos recursos de outra forma, de reequilibrar a sua utilização e compreender que, se repararmos bem, muitos dos problemas dos quais nos queixamos, seja individual, seja colectivamente, são muito mais simples de se resolver do que aparentam, são muitas vezes amplificados pela nossa ausência de amor (e consecutivo excesso de medo), são muitas vezes grãos de areia face a todas as nossas capacidades.

Bem sei que este artigo já vai muito longo, muito mais longo do que o que previa e sem ter escrito tudo o que tinha para transmitir, mas não poderia terminar sem deixar uma última reflexão. Não vejo esta Cruz Cardinal como uma qualquer catástrofe iminente, nem sequer como uma oportunidade que podemos agarrar. Ela é uma etapa muito intensa e forte num processo no qual podemos escolher ser co-criadores. O que isto significa? Simplesmente o permitirmo-nos sermos as pessoas mais importantes da nossa vida, significa que temos a consciência que tudo o que temos é reflexo e consequência de escolhas, e que são essas mesmas escolhas que fazem com que possamos crescer, desenvolvermo-nos e tornarmo-nos verdadeiros seres de Luz sempre constante. Quando cada um de nós compreende os seus processos e faz a sua parte, quando cada um de nós muda, individualmente, o mundo à nossa volta começa a mudar. Sorria mais, seja mais feliz, partilhe mais, dê mais amor, mais carinho, mais afecto, não julgue, não maltrate, não critique, não se critique, não se irrite, não se mantenha apegado a nada, abrace mais, beije mais, brinque mais. Simplesmente, seja pleno de si mesmo!

Muito grato!

Aproveito para informar que no próximo dia 21, às 19h30, na Sopro d’Alma, em Lisboa, vou realizar uma palestra de entrada gratuita sobre este tema e sobre tudo o que se está a passar. Poderá ver todas as informações neste link.

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