2015 já está a chegar e, como é habitual, surgem inúmeras previsões e antevisões do que o novo ano nos irá reservar. Este ano, as conexões que habitualmente escrevo tomam um formato um pouco mais profundo e numa perspectiva de desenvolvimento, embora não deixem de ter algumas considerações mais práticas e directas. Mais do que simples previsões, são reflexões para os 12 signos, uma forma de nos conectarmos com a energia deste novo ciclo. Não nos esqueçamos, no entanto, como sempre, que o nosso livre arbítrio é soberano e que cabe a cada um de nós saber ouvir o seu coração e fazer o seu próprio caminho. Apenas uma última nota, as conexões poderão (e deverão) ser vistas para o signo solar (o que consideramos o nosso signo), mas também para o signo Ascendente, pois ele representa a forma como devemos expressar a nossa consciência.
Para o novo ano, Carneiro tem uma das mais positivas e protectoras cartas do Tarot. O Sol é uma carta maravilhosa que nos lembra da beleza e da alegria que a vida tem quando temos a audácia de sermos únicos e diferentes e nos permitirmos deixar para trás o passado e todas as vivências que nos impediram de avançar. Neste momento, o que nos será pedido, mais do que nunca, é que sejamos absolutamente genuínos e verdadeiros, que saibamos reconhecer a nossa essência e nos permitamos mostrá-la ao mundo. O Sol remete-nos para a nossa criança interior, para a pureza e a inocência que permitem às crianças serem tão genuínas e sinceras. Este ano é necessário darmos voz ao nosso Eu duma forma tão directa e sincera que, efectivamente, seremos como uma criança que descobre algo pela primeira vez, fascina-se com algo tão simples e vive os sonhos como se já fossem realidade.
Esta é a atitude que a vida nos pede, a de olhar a vida pelos olhos de uma criança, a de nos entregarmos de alma, de todo o coração, sem medos ou receios, deixando para trás as dúvidas e as hesitações. Este também será um ponto-chave para o próximo ano, o de saber deixar para trás tudo aquilo que fomos vivendo mas que, por uma razão ou outra, deixou marcas e bloqueios, verdadeiros obstáculos que nos impedem de sermos mais felizes. Olhar para trás já não é uma opção neste momento, pois, como na história bíblica, focarmo-nos no passado leva-nos a cristalizar questões que já não fazem sentido de existir. O passado é para deixar para trás, e se alguma situação nos levar até ao confronto com ele, então é porque precisamos de reconhecer não a dor, mas a aprendizagem e o crescimento. Se conseguirmos vibrar desta forma, então este será um ano muito promissor, de grande riqueza e desenvolvimento.
Tal como nas conexões do ano que agora termina, o signo de Touro recebe a energia da Imperatriz para trabalhar durante 2015. Abrir o coração é uma tarefa nem sempre rápida, mas para 2015 temos mais uma etapa nesse processo. É importante focarmo-nos em dar mais voz aos nossos sentimentos e emoções, pois só assim poderemos criar a realidade que procuramos para as nossas vidas. A Imperatriz traz-nos a energia da Mãe, que gera, alimenta, cuida e dá à Luz. De certa forma, essa é uma das propostas que o Universo tem para a energia de Touro. Chegou o tempo de gerar, de colocar dentro de cada um de nós as sementes do que pretendemos para as nossas vidas. Não há mais tempo para protelar o assumir do nosso próprio poder criador e compreender que somos nós que criamos a nossa realidade. O que plantamos é o que colhemos, pelo que é preciso amar-nos profundamente para podermos alimentar cada um dos nossos projectos e propósitos. Até porque não basta só plantar, é preciso regar, cuidar e proteger, algo que também será importante durante este próximo ano, pois é preciso agir, dedicarmo-nos e entregarmo-nos de coração. É preciso também puxar de todas as nossas melhores características, como a persistência, resistência e tenacidade, para poder fazer face a toda e qualquer erva daninha que possa surgir.
Toda a criação leva o seu tempo, não nos esqueçamos, e é preciso aceitar e respeitar esse mesmo processo. Muitas vezes a impaciência e as frustrações de um passado mal compreendido podem deitar muito a perder. É, por isso, necessário compreender a verdadeira natureza de tudo o que foi vivido e assimilar tudo no nosso caminho. Também na natureza as folhas e os frutos que caiem vão apodrecer e ser absorvidos pela terra, sendo os nutrientes para o crescimento das novas sementes, das novas folhas e dos novos frutos.
Para o signo de Gémeos espera um ano com uma energia muito forte e que vai exigir um trabalho dedicado, acima de tudo, no seu próprio Eu. O Julgamento é uma das mais sublimes cartas do Tarot. Ela apresenta-nos uma escolha, não uma daquelas simples e directas, mas sim uma escolha profunda em relação ao nosso caminho e ao nosso propósito. No meio da distração e da dispersão, tão características deste nosso signo, muitas vezes entramos em processos mentais demasiado complexos sobre a nossa vida que, na realidade, servem apenas como escape para não termos de tomar as decisões que, sabemos, são importantes. Porquê fugir de tal vivência? Existe um lado eternamente criança dentro de cada um de nós que, neste signo, em determinados momentos, se acentua. No entanto, o que agora nos estará a ser solicitado é que saibamos crescer, assumir a maturidade de quem sabe o que quer para a sua vida, para o seu espírito, para o seu corpo, para o seu coração. O Julgamento pede-nos, precisamente, que sem deixarmos de viver sob o espírito curioso da nossa criança interior, saibamos também olhar o mundo pela perspectiva de quem conhece o seu caminho. Poderemos até dizer que somos muito responsáveis e que assumimos responsabilidades, mas o que esta carta pede é que olhemos bem para as nossas atitudes e pensamentos, para a forma como agimos e, acima de tudo, para a nossa verdadeira motivação.
Sejamos capazes de escolher pelo nosso Eu e não pelo nosso Ego, de nos libertarmos dessas amarras que tantas vezes nos atiram ao chão, apenas e unicamente porque insistimos nos padrões nocivos e destruidores. Sejamos capazes de escolher avançar nas nossas vidas em prol do que amamos. O segredo do Julgamento é apenas esse, amarmo-nos de tal forma que escolher um caminho é apenas assumir uma certeza no nosso coração. Se assim o fizermos, sem dúvida, as portas abrir-se-ão para nós muito facilmente.
Caranguejo – VI – Os Enamorados
Melhor carta não poderia sair para a querida e emocional energia de Caranguejo. Os Enamorados são uma das cartas de maior intensidade emocional e vem trazer até nós, precisamente, a beleza do Amor e a verdade que apenas o coração nos traz. Este ano, sem margem para dúvidas, é o coração quem mais deve falar, pois apenas ele será capaz de trazer até cada um de nós aquilo que realmente necessitamos e merecemos nas nossas vidas. Contudo, esta carta implica uma tomada de decisão consciente sobre a forma como vivemos as nossas vidas. Ela pede-nos que sejamos capazes de dar e receber Amor, em todas as áreas das nossas vidas, mas pede-nos também que sejamos capazes de plantar primeiro essa semente em nós, trabalhando o Amor por nós mesmos acima de tudo e de todos. No meio de tantas emoções, tantas vezes esquecemo-nos de nós, tantas vezes nos anulámos, nos desrespeitámos, nos permitimos viver em prol dos outros sem nada receber em troca. Não estamos só a referir em termos emocionais, pois isto é transversal a todas as áreas das nossas vidas. Quantas vezes, até em questões profissionais, não fizemos o mesmo? Agora é tempo de escolher um caminho e abraçá-lo de coração. Se assim formos capazes de o fazer, então o Universo vai guiar-nos, orientar-nos e trazer as suas bênçãos até nós. Só temos de viver na vibração do mais profundo Amor, algo que tão idilicamente buscamos nas nossas vidas, como se do Santo Graal se tratasse.
Pois bem, este ano temos de ser capazes de perceber que o amor, a felicidade, a alegria, a realização, a satisfação e o prazer não são coisas que temos de buscar fora de nós, mas sim que é dentro do nosso coração que elas crescem e materializam-se, se as alimentarmos devidamente, sem vitimização, medo ou dor, mas sim com carinho, autoconhecimento e muito amor-próprio. É isso, e não outra coisa qualquer, que nos levará à relação, ao trabalho e à vida que há tanto tempo desejamos.
Um forte e intenso ano espera a energia do signo de Leão. A Morte é uma das mais desafiadoras cartas do Tarot, que nos fala de transformação nas nossas vidas. Contudo, e embora muitas vezes isso seja vivido de forma dolorosa, se a soubermos aceitar, ela ajudar-nos-á a crescer e a nos libertarmos daquilo que sentimos ainda nos prender no nosso caminho. A questão maior com que nos vamos debater este ano é precisamente a compreensão e a aceitação da necessidade de cortar e transformar todas aquelas coisas que, já há muito tempo, sabemos impedirem-nos de crescer. Não importa se é uma relação, um trabalho, pessoas à nossa volta, comportamentos ou outra coisa qualquer, agora é tempo de limpar o que precisa de ser limpo. Isto torna-se um desafio maior para Leão, principalmente na primeira metade deste ano, enquanto Júpiter ainda estiver a transitar pelo seu signo, elevando questões relacionadas com ego, poder e apegos que estão dentro de nós e que precisam de serem trabalhadas conscientemente.
Na verdade, este será o grande trabalho de 2015, saber compreender que o Ego não pode ser o dominador das nossas vidas e que tem de estar em sintonia com o nosso Eu, esse sim o grande orientador, pois ele representa a ligação com o nosso espírito e a direcção para o nosso propósito de vida. Ao vivermos em função do Ego, acabamos por nos desrespeitar e anular, ainda que achemos que estamos a fazer o correcto, mas não percebemos que apenas o estamos a fazer para alimentar necessidades e carências, medos e dúvidas. Então, agora, chegou o tempo de assimilar em nós essas experiências e assumir o nosso propósito, abraçando de coração esta tão simples escolha que é a de viver, realmente viver.
O signo de Virgem tem um dos maiores desafios para este ano, embora em tudo muito em linha com o trabalho que tem vindo a ser feito nos últimos anos. O Diabo é uma carta intensa e um grande teste na nossa caminhada, que nos vai solicitar muito trabalho e uma especial atenção às nossas opções, decisões e vivências. Esta não é, de todo, uma carta negativa ou que nos vai transformar a vida no próximo ano num inferno, muito pelo contrário, o seu grande propósito é que sejamos capazes, depois de todos os processos que temos vivido, de olhar para nós e reconhecermos o nosso poder. Contudo, é precisamente neste ponto que se iniciam os desafios. O Diabo tem a capacidade de nos mostrar tudo o que somos e onde poderemos chegar, sendo por isso um ano de profundas revelações interiores, de esclarecimentos e de reconhecimento, mas o seu maior desafio é termos a capacidade de extrair o que de melhor existe no signo de Virgem, a humildade, a capacidade de entrega e de serviço, pois apenas dessa forma seremos capazes de não tropeçar nas inúmeras tentações que vão ser colocadas à nossa frente durante este ano.
Se o trabalho até agora tiver sido bem feito e a ligação ao nosso Eu, assumindo o nosso propósito de vida e vivendo na vibração do Amor, nomeadamente por nós mesmos, seremos capazes, através da energia do Diabo, de amplificar em nós a centelha divina e extrair ainda mais potencial e capacidades, sentindo dessa forma um maravilhoso despertar e sendo capazes de ultrapassar os próprios limites, não por prazer próprio ou egocêntrico, mas sim porque sabemos que tudo isso que encontramos em nós tem um propósito. Quando, na segunda metade do ano, Júpiter estiver no nosso Signo, ele vai-nos solicitar, precisamente, que coloquemos tudo isso cá para fora, em entrega e dedicação, podendo dessa forma auxiliar-nos a crescer espiritualmente. Contudo, se insistirmos na velha fórmula da crítica, do medo, do controlo e do apego, então todas as tentações e provas servirão apenas para que sejamos confrontados com um lado negro que necessitamos de trabalhar e transformar em Amor, se assim quisermos, claro!
Se o ano passado nos trouxe decisões a tomar, este ano é tempo de concretizar e realizar. O Imperador é uma carta que nos lembra que precisamos de estar em perfeita sintonia com o nosso Eu para podermos ser justos e correctos nas nossas acções e decisões, tornando-as por isso equilibradas, como tantas vezes as desejamos. Por isso, esta será a questão que nos irá ser colocada durante este ano, se estamos realmente a ser quem queremos ser, se estamos a seguir o que nosso coração deseja, ou se estamos a dar mais força ao Ego, ao desejo de uma estrutura artificial, focada numa aparente felicidade e bem-estar. Se estivermos a seguir o nosso coração e a nos entregarmos de coração a quem somos, ao nosso propósito, então o Imperador vai-nos, sem dúvida, ajudar a crescer e a conseguir mais e melhor para as nossas vidas, a atingir os nossos objectivos e a seguir o nosso caminho com vontade e determinação.
Contudo, se ainda estivermos num registo de apego e ego, mais focados em estruturas rígidas que já provaram não nos trazer qualquer tipo de felicidade, então está na altura de reequilibrarmos o que acreditamos e o que sentimos, dando mais força ao coração do que à mente, permitindo as emoções falarem mais, revelando a nossa essência. O Imperador recorda-nos também que há momentos para pensar em nós, focar-nos no nosso caminho e tomar as decisões apenas e unicamente por nós, ainda que isso possa magoar os que estão à nossa volta. Não faz sentido estarmos sempre a tentar encontrar equilíbrio para os outros quando dentro de nós ele não existe, tornando assim o nosso caminho mais difícil e menos gratificante, levando o nosso ego a procurar escapes que, a médio prazo, destroem-nos mais do que nos fazem crescer.
Os últimos anos foram muito fortes e exigentes para o signo de Escorpião, nomeadamente com o desafiante trânsito de Saturno que foi vivido (e que ainda não está totalmente terminado, mas que tem nestes próximos meses uma ligeira trégua). Tudo o que foi trabalhado e mexido dentro de nós necessita agora de compreensão e integração para que possa tornar-se conhecimento e sabedoria. Para isso, nada melhor que a energia do Eremita para este novo ano. Chegou o tempo de assimilar todas as experiências e reconhecer que dentro de nós está uma sabedoria que necessita de ser reconhecida e estruturada. O esforço da limpeza e transformação dos últimos anos abre agora os caminhos para a introspecção e para o autoconhecimento, para o resgate duma sabedoria interior que é preciso reconhecer e saber aplicar. Este, por si só, é um processo individual, que nos exige sabermos estar connosco e olhar para dentro de nós. Talvez ainda não vejamos apenas coisas boas, talvez ainda se revelem muitos monstros e fantasmas, mas na verdade eles são apenas restos de energia que tem sido libertada e transformada. Quando extraímos tais coisas de nós precisamos rapidamente de colmatar esses espaços e só o poderemos fazer duma forma, com Luz e Amor. O Eremita, embora uma carta de profunda sabedoria e, por isso, aparentemente mais mental, lembra-nos, como nos explicou o Mestre, que todo o conhecimento e sabedoria de nada valem sem que o coração esteja impregnado de um amor maior por nós mesmos e por todo o nosso caminho.
Na verdade, é isso que o Eremita vem pedir neste próximo ano, que saibamos revelar a nossa profundidade emocional e torná-la no verdadeiro motor do nosso caminho, que saibamos ver num aparente isolamento todos aqueles que caminham ao nosso lado, visíveis e invisíveis, todos aqueles por quem devemos ser gratos, de coração, como a todas as coisas na nossa vida. O Eremita é o nosso mestre interior, pois que o saibamos ouvir em cada momento da nossa caminhada, pois que nos saibamos entregar de coração aos seus ensinamentos, pois dessa forma, certamente, conseguiremos crescer, revelar e transformar muito daquilo que andamos a tenta fazer há largos tempos.
Sagitário – XII – O Dependurado
O signo de Sagitário tem, pelo segundo ano consecutivo, a energia do Dependurado como orientador do seu ano. Se aparentemente isto pode significar uma manutenção duma energia de sacrifício ou provação, desenganemo-nos, pois o que nos será solicitado é bem diferente. Sem dúvida que os últimos tempos foram de provações e exigências, com percalços e contratempos atrás de contratempos, que tantas vezes nos mandaram abaixo e nos desmotivam. Contudo, lembremo-nos que até o Mestre foi tentado no seu caminho, que também ele duvidou. Se Sagitário é o signo da Fé e o Dependurado a carta ligada à energia Crística, então claramente está-nos a ser solicitado que sejamos capazes de extrair de dentro de nós a extraordinária capacidade de acreditar, o enorme sentido de fé que existe dentro dos nossos corações. O Universo não nos está a colocar mais provações no caminho, apenas nos está a pedir que assumamos as nossas verdadeiras capacidades, a nossa essência, que sigamos o nosso coração na busca pelo que já sabemos que é o nosso caminho. Quando insistimos em fórmulas antigas, caímos no sofrimento e no queixume, o que apenas nos desgasta e nos remete para padrões de tristeza e pessimismo, totalmente inversos à nossa natureza.
Por isso, o Dependurado vem este ano pedir-nos que sejamos capazes de nos libertarmos de pensamentos de medo, dúvida ou derrota, de comportamentos e pessoas que apenas nos levam a amplificar tudo isso, e avancemos na nossa vida. Tantas vezes habituamo-nos a lutar por algo melhor que, quando já não nos é pedido que estejamos em guerra, continuamos a vestir a armadura e de espada em punho. Então, neste momento, compreenda que talvez já não exista nenhuma guerra, nenhuma luta ou conflito, mas sim a necessidade de calmamente, com entrega e muito amor no nosso coração, apenas e simplesmente avançarmos, fazendo o que sabemos que é o correcto e que nos levará a encontrar a alegria, o reconhecimento e o sucesso. Ainda que haja desafios à nossa frente, é desta forma que os ultrapassaremos sem a dor do passado, sem o sofrimento, apenas com o mais profundo amor, com a mais profunda entrega e a calma de quem está seguro de quem é e de onde quer chegar.
Com Plutão a transitar por este signo e a chegar mesmo ao seu ponto central, não seria difícil de adivinhar que o desafio deste ano para Capricórnio seria, provavelmente, o mais intenso de todo o zodíaco. A Lua é uma das mais duras cartas que o Tarot nos apresenta, mas também o seu desafio é dos que mais longe nos poderá levar. A Lua leva-nos ao nosso lado mais profundo, aquele bem escuro e sombrio que se traduz em medos, dúvidas e receios, aquele que é também a ponte para uma profunda elevação espiritual. Pois bem, para a energia de Capricórnio o que este ano está reservado é exactamente saber lidar com essa fronteira, com esse ténue mas poderoso véu que separa as profundezas do nosso ego e nos transporta para o reconhecimento de que somos muito mais do que matéria e de que o nosso propósito na Terra é muito superior a simplesmente criarmos riqueza material. O que esta carta nos vem trazer é a tomada de consciência de que é preciso reequilibrar as nossas vidas e libertarmo-nos de tudo o que ainda nos impede de vivermos em pleno o nosso caminho. Olhemos para dentro de nós e saibamos reconhecer que ainda existem partes de nós que são mascaradas por uma aparente frieza, por defesas que fomos construindo e que, efectivamente, tiveram a sua utilidade, mas que agora já não são necessárias.
Com a Lua somos levados a encarar os nossos medos mais profundos (não são os básicos, tenhamos atenção), aqueles que realmente nos paralisam, e olhar para eles de forma a conseguirmos extrair a luz que eles escondem. Se assim o fizermos, este será um ano de profundas revelações e transformações, de verdadeira transição entre a escuridão e a Luz. Recordemos que o momento que inicia este signo é o solstício de Inverno, precisamente o momento da noite mais longa e onde, a partir desse momento, os dias começam a crescer. Não é o sofrimento nem o “partir pedra” que nos é pedido, mas sim a compreensão de que somos Luz, mas que precisamos de nos render ao reconhecimento da nossa Essência e alimentá-la com Amor, Fé e Esperança.
Uma excelente mensagem tem a energia de Aquário para este ano com o Carro a orientar os seus caminhos. Esta é uma carta que vem-nos pedir para darmos passos fortes e determinados no nosso trilho, independentemente de tudo o que nos surgir pela frente. É a determinação e a vontade que vão permitir realmente fechar todos os ciclos que precisam de ser fechados, se para isso estivermos disponíveis e dispostos. No último ano fomos levados a compreender muitas coisas nas nossas vidas, a renascer para a nossa essência. Isso ajudou-nos a olhar à nossa volta e a perceber o que é preciso mudar e transformar, o que é preciso deixar para trás, para que possamos encontrar a nossa felicidade. Contudo, agora é-nos pedido que saibamos dar esses passos, pois já tudo foi preparado para que o possamos fazer. Não há mais espaço para o medo ou o protelar, não há mais tempo para esperar pelo momento certo, pois o momento certo é agora.
Se nos fecharmos na casmurrice e teimosia, nos processos mentais circulares em que tantas vezes nos bloqueamos, dando força ao ego, à necessidade de controlo, então iremos continuar a ter mais do mesmo e a insatisfação irá, certamente, crescer dentro de nós. O que nos é pedido é o inverso, é que saibamos puxar de nós essa ligação maravilhosa e sublime que nos permite ser tão diferentes e originais, que nos leva a arriscar criar algo único nas nossas vidas, um caminho sem paralelo. Não é realmente o que passamos uma vida a ansiar, fazer algo diferente e único? Pois agora temos essa oportunidade. Saibamos então aproveitar a energia do Carro e fecharmos todos esses ciclos que já nada nos têm trazido a não ser frustração. Só precisamos de ser audazes e nos libertarmos das nossas próprias zonas de conforto.
O signo de Peixes é este ano agraciado com a energia do Papa, uma maravilhosa energia de protecção que poderá muito ajudar-nos neste período em que Neptuno está a transitar pelo seu signo. Se Neptuno traz, quando vivido duma forma menos consciente, confusão e dispersão, algo já muito natural na própria energia de Peixes, o Papa poderá ajudar a focar a nossa visão e a definir um propósito para tudo o que está a ser vivido. Esse é, na verdade, o grande desafio deste ano, o de focarmo-nos no nosso caminho e compreender que, tantas e tantas vezes, tudo está no local certo e na hora exacta perante o que anteriormente por nós foi escolhido. Tudo o que vivemos é resultado duma construção que une fragmentos que fomos semeando ao longo dos tempos. É chegado o momento de reunir todas essas experiências, todas essas vivências e compreender o que é realmente o nosso Eu e o que são as limitações da sociedade, da educação, do mundo que nos rodeia. Tudo o que são essas mesmas limitações, esses dogmas e normas, precisam agora de ser olhados pelos olhos do coração, das nossas emoções, para que possamos perceber quais ainda fazem sentido manterem-se e quais são necessários de transformar e reequilibrar para podermos encontrar uma estrutura no meio do alto mar que, por norma, é a nossa vida.
O Papa é uma carta muito positiva e que nos pede aceitação e compreensão, pois só assim poderemos vivenciar todos os processos e conseguir levá-los a patamares mais elevados da nossa experiência. Ele pede também que saibamos reconhecer a nossa essência de forma a poder crescer e desenvolver-nos para além daquilo que, até agora, achávamos possível. Contudo, é preciso olhar mais para nós, para as nossas questões, e não nos diluirmos tanto nos problemas dos outros. É preciso sermos mais conscientes que se nós não estivermos bem, não é na suposta dádiva incondicional ao mundo que nos rodeia que vamos conseguir mudar isso, pois ela não será feita da forma correcta, mas apenas na energia de carência e dependência que tantas vezes nos rege. Sejamos capazes de encarar quem somos, o que queremos e o que precisamos, pois só assim poderemos fazer as escolhas que precisamos de fazer e, realmente, encontrar a felicidade que tanto almejamos.