
Boa tarde!
Muitas vezes digo que o nosso crescimento e desenvolvimento pessoal e espiritual assemelha-se a subir uma escadaria, daquelas bem grandes. Os primeiros degraus, os primeiros lances, são relativamente fáceis e sentimo-nos muito entusiasmados, de tal forma que, quando encontramos um patamar, nem nos preocupamos com ele, seguimos logo para o próximo lance.
Isto funciona durante alguns lances, mas quando chegamos mais alto, já estamos mais cansados e, invariavelmente, os obstáculos, os medos, as dúvidas e os receios chegam. Olhamos para cima e vemos a quantidade de degraus que se colocam à nossa frente e perguntamo-nos se vamos conseguir, se estamos à altura, se este é o caminho correcto. Olhamos para trás e parece-nos tão pouco o que já percorremos, que nem compreendemos que a perspectiva de quem está em cima faz com que tudo o que foi percorrido pareça muito mais pequeno do que realmente é.
Nesse momento é preciso parar e compreender onde estamos. Tantas vezes queremos caminhar mais rápido do que realmente podemos e do que realmente precisamos. Tantas vezes, com a ânsia de chegar mais longe, muito rápido, esquecemo-nos de que é vivendo o aqui e o agora, dando este passo, neste momento, que conseguiremos lá chegar. Só quando estamos atentos ao caminho, valorizando cada passo que damos, temos a capacidade de ver a beleza de tudo o que nos rodeia, e que isso reflecte a visão que temos de nós mesmos.
Tantas vezes, enquanto subimos a escadaria da nossa caminhada, fortes provações nos são colocadas, e quanto mais alto subimos, mais intensas elas são. É preciso parar e olhar para dentro de nós, compreender quem somos naquele instante, sermos gratos por tudo o que já caminhámos, por todo o caminho que ainda temos pela frente, ainda que não o consigamos vislumbrar, olhar à nossa volta e ver o que nem sempre é visível: nunca estamos sozinhos na nossa caminhada.
Quando o fazemos, apercebemo-nos também que chegámos a um patamar e que, na nossa caminhada, estes momentos planos, em que parece não acontecer nada, são tão importantes quanto cada degrau que subimos. Eles permitem-nos descansar, permitem-nos sossegar o nosso espírito, repor energias para o próximo lance e depois avançar. Isso é tão importante quanto lutar e seguir em frente, pois é apenas desta forma que podemos ver-nos com os olhos com que Deus, a Fonte, nos vê, em cada instante, a cada momento.
Acredito que Deus dá aos seus melhores guerreiros as batalhas mais duras e difíceis. No entanto, será que conhecemos o guerreiro que somos?
Boa semana!