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Despertar a Consciência: a chave da transformação

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Há alguns meses dizia que o tempo, neste ano de 2015, tinha uma certa tendência para passar muito rapidamente. Num abrir e fechar de olhos, já estamos em Março, na semana mais movimentada em acontecimentos astrológicos deste ano, e os efeitos de tanto movimento está à vista de quem quiser, realmente, ver. Não falo dos acontecimentos do mundo, pois esses são por demais evidentes, transversais a todos os países. Não podemos dizer que existe um país neste planeta que não esteja a ser confrontado com uma contestação, com um problema, com uma escolha. Da mesma forma, não podemos dizer que haja um único ser energeticamente consciente, neste mesmo planeta, que não esteja a viver dentro de si, precisamente, esse mesmo fluir de energia que todos os dias está a ser exteriorizado em questões sociais, políticas e económicas.

Quando, em 2008, Plutão entrou em Capricórnio, ele trouxe a promessa de mexer, abalar e destruir todas as estruturas de poder vigentes que em nada permitiriam o crescimento individual e espiritual da humanidade. O que começámos a ver, desde esse momento, foi a queda de diversas estruturas que, aparentemente, estavam totalmente estáveis. O materialismo que tinha pautado os anos anteriores, de expansão e aparente riqueza, começou a dar lugar à insegurança, ao medo, à queda. Parece que estou a falar do mundo que nos rodeia, mas, na realidade, estou a falar de tudo o que somos, não só exterior como também interior.

Nesta semana, mais precisamente no dia anterior ao que escrevo este texto, Plutão e Úrano encontraram-se pela sétima e última vez em quadratura perfeita desde 2012. Contudo, este processo, verdadeiramente, começou em 2010 e terminará (se é que poderemos dizer que termina) por volta de 2018, quando os planetas se afastarem o suficiente para que as suas energias não continuem no processo da quadratura. Para muitos que acham que a partir de agora tudo irá melhorar, sim, até é verdade, mas não é por uma questão de automatismo, mas sim pela integração do próprio processo dentro de cada um de nós.

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Mapa da última quadratura exacta entre Úrano e Plutão

Uma quadratura, para podermos compreender melhor, é muito mais do que um aspecto desafiador em astrologia. Ela representa um conflito energético, de certa forma cego, entre dois (ou mais) planetas, que pede uma escolha, um compromisso. No caso em concreto, durante todos estes anos, Úrano, em Carneiro, com um ímpeto de corte e de criação de algo novo, confrontou-se por sete vezes (em termos de quadratura exacta, ao grau) com Plutão, em Capricórnio, destruidor e purificador das estruturas de poder. Plutão diz que é preciso remexer no que está podre, extrair tudo o que está mal, aproveitar o que existe de bom e potenciar a sua regeneração. Por outro lado, Úrano pede rapidez, ímpeto, prontidão, soluções de mudança e inovação. O equilíbrio entre estas duas solicitações é a grande chave de todo este processo. No entanto, se isto parece algo antagónico, quando nos debruçamos energeticamente sobre esta questão, compreendemos que ela implica um compromisso, uma escolha, um trabalho conjunto e, acima de tudo, um assumir de responsabilidade.

Plutão em Capricórnio tem como regente Saturno, que vem pedir responsabilidade neste processo de morte e renascimento, que esteve durante maior parte dos pontos exactos das quadraturas em Escorpião, alimentando e sendo alimentado pelo próprio Plutão, amplificando toda esta energia de reconhecimento das estruturas e suas destruições, com vista à regeneração. Nesta última quadratura, Saturno, já em Sagitário, está em movimento retrógrado, informando-nos que o trabalho das quadraturas está a terminar e que é tempo de cada um de nós olhar para dentro de si e reconhecer que nenhum trabalho se faz sem um propósito, sem um sentido, e que tudo isso é a manifestação de um sentido de Fé e de crença interior, de reconexão da Alma com a Fonte. De que serve destruir as estruturas se não sabemos o que lá colocar ou o que reconstruir? Saturno, em Sagitário, retrógrado, pede que assumamos a responsabilidade de cada mudança, de cada vivência, de cada transformação, se realmente queremos que ela seja construtora de uma nova realidade, de um novo Eu.

Curiosamente, ou não, Saturno, também ele, está a viver uma quadratura (que nas próximas semanas se aligeira, mas que daqui a alguns meses será retomada) com Neptuno, planeta muito importante nos acontecimentos desta semana, como irei explicar mais à frente. Esta quadratura, que acompanha energeticamente o grande ciclo entre Úrano e Plutão, pede que nos libertemos de ilusões, de soluções utópicas, que nos centremos na nossa essência emocional, na nossa Fé, na nossa entrega espiritual, pois só dessa forma poderemos capacitar a Terra (e nós mesmos) da energia necessária para a grande evolução, essa Ascensão de que já falei em outros artigos, nomeadamente num momento importante, há praticamente um ano.

Se, por um lado, Plutão nos está a exigir tanto, Úrano não nos deixa um desafio muito mais fácil. Regido e em conjunção com Marte, em Carneiro, em domicílio, no momento desta sétima e última quadratura exacta, e também em conjunção com o Nodo Sul, todo o momento é de ruptura com os padrões, com o que está instituído, com o que trazemos do nosso passado, em termos energéticos. Rasgar padrões é dos processos mais difíceis que temos, pois isso implica quebrar estruturas instituídas, sair da zona de conforto, renascer para o nosso propósito.

Para o fazer, é preciso compreender que todo este processo, ao ocorrer neste momento preciso, tem um objectivo muito específico, que consiste na plena ligação e conexão entre a humanidade. Com o Nodo Norte, o caminho a fazer, em Balança, somos levados para o domínio das relações, da vivência comum. Pensemos um pouco, o que é que perdemos nestas últimas décadas? Não foi precisamente a ligação emocional? Vivemos em prédios onde não conhecemos ninguém, trabalhamos com pessoas com quem mal nos identificamos, porque passámos a trabalhar para ganhar o dinheiro que vai permitir ter o que achamos que precisamos. As nossas crianças não sabem brincar, vivem obcecadas com jogos de computador, tablets e televisão. Os pais passaram a trabalhar mais para poder pagar tudo isso, muitas vezes para compensar essa mesma ausência. Vivemos ciclos viciosos em todo o tipo de situação e admiramo-nos que não sabemos viver relações. As relações humanas são precisamente a chave de transformação do momento que vivemos. É preciso reaprender a viver em humanidade, em ajuda ao próximo, em Amor, libertando-nos do individualismo, do materialismo e do egoísmo que têm marcado as últimas décadas. Ainda temos muito tempo para desenvolver este processo, até porque esta quadratura dá-se, precisamente, a meio do caminho dos dois planetas pelos signos onde estão. Contudo, não há, de todo, mais tempo para desperdiçar neste caminho.

Todos os processos têm uma génese e em Astrologia não é excepção. Se hoje vivemos uma quadratura entre Úrano e Plutão, isso significa que anteriormente houve um processo de conjunção entre estes dois planetas. Tal como a Lua Nova (conjunção) precede ao Quarto Crescente (quadratura), este momento teve um início, mais propriamente no início dos anos 1960, com um ponto exacto em 1965. Nessa altura, Úrano e Plutão encontraram-se em Virgem, pedindo-nos que construíssemos estruturas que pudessem servir a humanidade, antecipando o enorme crescimento tecnológico, científico, económico e social que veríamos nos 50 anos seguintes. Pensemos nas mudanças que os anos 60 do século passado nos trouxeram e a influência que tiveram nas gerações seguintes. Pensemos também no percurso feito nos anos seguintes. O propósito de Virgem, de serviço e entrega, transformou-se em servilidade e controlo, em materialismo e apego. Hoje, 50 anos passados, Úrano e Plutão encontram-se a formar um trígono a essa mesma conjunção, acelerando a fluência energética e remetendo-nos para o relembrar do caminho e do desafio que a humanidade, individual e colectivamente, escolheu fazer.

Parece confuso, mas até nem é. Voltando ao momento actual, dentro de pouco mais de 24 horas viveremos um eclipse solar, num grau muito especial, o último grau de Peixes, poucas horas antes do início do ano novo astrológico, quando o Sol entrar em Carneiro. O último grau de Peixes é o portal energético que finaliza um ciclo solar, de consciência, e permite a abertura de outro. Quando o eclipse do dia 20 se der, ele vai concentrar a energia de consciência profunda de tudo o que foi vivido e vai diluí-la, extraindo dela o que necessitamos para abrir o novo ciclo.

Eclipse do Sol
Mapa do Eclipse do Sol de 20 de Março de 2015

Os eclipses do sol são luas novas muito especiais. O simples facto de serem luas novas representam um novo início, uma nova sementeira. Quando a isto se une o facto de Sol e Lua estarem perfeitamente alinhados de forma a um se sobrepor ao outro, o véu do inconsciente, a Lua, vai filtrar a nossa consciência, o Sol, sendo que, em Peixes, a filtragem não tem só a ver com as nossas emoções mas, acima de tudo, com o questionamento do propósito superior de tudo o que temos andado a viver. Não é por acaso que na mesma semana vivemos o último ponto exacto do ciclo de quadraturas, um eclipse solar no poderoso último grau de Peixes e o início do Ano Astrológico. Hoje, mais do que nunca, somos questionados sobre o que pretendemos construir, sobre quem queremos ser, sobre a compreensão do nosso verdadeiro propósito. Dúvidas houvesse sobre estas questões, basta compreender que este eclipse é regido por Júpiter, em Leão, neste momento ainda retrógrado, e por Neptuno, em Peixes, o qual referi acima. Quem sou Eu? Quem sou Eu perante o Todo? Quem sou Eu perante este momento que escolhi, enquanto Alma, viver? Responder a estas questões, de dia para dia, torna-se mais imperativo.

Se em relação ao mundo lá fora, tudo isto é relativamente fácil de compreender, o efeito que tem sobre nós, individualmente, nem sempre é fácil de ajustar. Vários Mestres deixaram-nos a ideia que o que vivemos é reflexo de tudo o que energeticamente acontece acima de nós, no Universo. A Astrologia é, também ela, reflexo dessa forma de ver o mundo. Pois bem, se assim é, também é verdadeiro dizer que tudo o que acontece à nossa volta, no mundo em que vivemos, social, política e economicamente, é reflexo das mudanças que existem dentro de cada um de nós individualmente.

Quando vivemos estes processos, nomeadamente a quadratura entre Úrano e Plutão, o reflexo na sociedade é apenas um espelhar de tudo o que vivemos dentro de nós. Contudo, nós, comuns mortais, a vivermos tão na materialidade e no Ego, achamos que a nossa vida está a mudar por causa duns senhores mauzões que são corruptos e que vivem à grande enquanto nós, pobrezinhos, vivemos à míngua. A famosa crise económica, social e política que vivemos não é mais do que uma enorme crise que estamos a viver enquanto humanidade, pois no plano energético e espiritual, é preciso terminar um ciclo de escuridão, de vivência na sombra, e voltarmos a reencontrar-nos com a nossa Essência.

Na realidade, o que precisamos de entender é como tudo isto nos toca e como nos está a transformar. Observemos, bem dentro de nós, os nossos sentimentos. Para muitos de nós isso não é fácil, pois deixámos de os ouvir há muitos séculos e passámos a ouvir apenas o seu reflexo terreno. Observar os nossos sentimentos é ouvir o nosso coração e respeitá-lo, reconhecer o que ele nos está a pedir. Permitamo-nos sentir, sem culpa ou julgamento, qual ou quais áreas das nossas vidas estão em conflito, estão desajustadas e em sofrimento. Permitamo-nos aceitar o que na nossa vida precisa de mudança, precisa de ser cortado, limpo e transformado. Observemos também o nosso corpo físico, o que ele nos tem estado a dizer, o que ele nos tem vindo a pedir. Cansaço, somatizações, doenças e as mais variadas sensações são o reflexo de tudo o que vivemos nestes últimos anos.

Aceitar implica assumir a responsabilidade pela nossa própria vida, implica compreender que tudo o que temos é fruto do que plantámos, até as mais improváveis coisas. É neste momento que nos apercebemos que muitos querem mudança, mas poucos querem mudar, como mostra um cartoon que anda a circular pela internet há já algum tempo, pois a mudança implica sair da zona de conforto e largar os comportamentos que, sabemos, não são os que nos levarão à felicidade. Vivemos num mundo material, onde acreditamos que a felicidade está nos bens e nas posses, mas esquecemo-nos que sem Amor, nomeadamente por nós mesmos, eles são apenas uma forma de tentar colmatar uma falha que constantemente sentimos, uma sensação de estarmos incompletos.

Esta mesma sensação de estarmos incompletos é o que nos tem sido revelado pelas quadraturas entre Úrano e Plutão. No entanto, a forma destes planetas transpessoais o fazerem, é pouco meiga, pois eles remexem no nosso interior e trazem-nos facetas do nosso Eu que nem sempre gostamos de ver. Por isso mesmo, neste momento, muitos de nós estão a encontrar-se com coisas que achavam que estavam mortas e enterradas, estão a confrontar-se com o seu lado mais negro e sombrio, com os seus fantasmas, com os seus medos, com os seus vícios, com os seus pânicos. Pedimos justiça aos governos e aos países, igualdade e mudança de paradigma, mas quantos de nós, realmente, estão dispostos a fazer o mesmo perante si mesmos, a encarar a sua própria sombra e a integrá-la?

Somos seres espirituais a viver uma experiência terrena, digo-o inúmeras vezes, e é isso que nos tem sido relembrado. Por isso, tudo o que temos vivido faz parte de um profundo e enorme ajustamento que pede, neste momento, o nosso despertar para o nosso verdadeiro Eu, a libertação das amarras do Ego, do materialismo e do poder, compreendendo que não são eles que nos irão trazer a felicidade que tanto pretendemos. Jesus, o Mestre, ensinou-nos que a Fonte dá-nos tudo o que precisamos, quando estamos em sintonia com o nosso propósito. Nenhum planeta está mais associado ao Mestre Jesus que o próprio Neptuno e nenhum signo está mais ligado ao Cristo que o próprio Signo de Peixes.

encouraging-quotes-spiritual-transformation-butterflyPor isso, Neptuno em Peixes, que referi atrás, é uma das chaves deste processo. É tempo de integrar os ensinamentos dos Mestres que passaram pela Terra, é tempo de compreender a mensagem do Amor que eles nos transmitiram. O Amor foi a energia que tudo criou, é a matéria-prima de tudo o que existe, sem Amor nada pode existir, tudo se torna sombra. Muitos de nós que vivem neste mundo, que chamamos de real, vivemos sem Amor. Não amamos o que fazemos nem o fruto do nosso trabalho, não amamos com quem partilhamos as nossas vidas nem sequer quem nos rodeia, muito menos amamo-nos a nós mesmos. Resignamo-nos a um mundo material, resignamo-nos a não sermos verdadeiramente nós em prol das supostas exigências do mundo real. Nada se muda num estalar de dedos, e muito menos nós, mas quando vivemos em Amor e recuperamos a conexão com a nossa própria essência, a nossa própria realidade começa a mudar.

Facilmente podemos interpretar mal estas palavras, mas se as lermos, não com os olhos do Ego, mas com os olhos do Eu, da Alma, então compreenderemos tudo o que elas querem dizer e o que o Universo nos está a transmitir. É muito fácil criar obstáculos perante uma questão, é muito fácil arranjar problemas e bloqueios onde são precisas soluções, mas, na realidade, como costumo dizer, nestas questões, tudo é tão mais fácil e simples do que aparenta, é preciso apenas ter Fé e conhecermo-nos tão profundamente, que sabemos perfeitamente qual o passo seguinte, não porque analisámos friamente a situação, mas sim porque seguimos o nosso coração.

Este processo de quadratura e eclipse que estamos a viver é também esse mesmo alerta e essa mesma evidência. Somos os pés que trilham o nosso caminho, mas é preciso sabermos viver o hoje para podermos compreender o passo a dar amanhã. É preciso saber ultrapassar os nossos medos, integrando-os no nosso Eu, compreendendo que eles são o reflexo de uma parte de nós que precisa de ser compreendida e aceite para que a nossa Alma possa cumprir o propósito evolutivo e de crescimento que assumiu aquando da vinda para a Terra.

Voltando um pouco ao início, sim, concordo que tudo começa a ter condições de melhorar a partir de agora para quem souber integrar tudo aquilo que estes últimos anos tem andado a solicitar, para quem se propuser a compreender os sinais que o Universo tem transmitido e que está a transmitir, nomeadamente nestas semanas. Como uma catarse profunda, estes tempos que vivemos estão a levar-nos até a uma profundidade do nosso ser como muitos de nós nunca imaginámos viver. Não é mais tempo de sofrer, é tempo apenas de despertar para a nossa verdadeira essência e permitirmo-nos elevar as nossas consciências, compreendendo que tudo isto é apenas mais um início.

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Comments (2)

Leonardo, ótimo texto, acabo de despertar de um sonho e buscar este tema, encontrei o seu texto que me esclareceu muitas das influências sentida no momento. Bom trabalho!

Leonardo Mansinhos
Leonardo Mansinhos

Muito grato e muito feliz, Gabrielle! Fico feliz pelas minhas palavras a terem ajudado! Grato!

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