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Eclipse da Lua: mais uma chave que se roda

EclipsedaLua

Um eclipse é sempre um momento importante e especial, energeticamente revelador e transformador. Por diversas vezes tenho escrito sobre eclipses, mas o que nos espera no próximo sábado, dia 4, Sábado de Aleluia, é verdadeiramente interessante e pede uma especial reflexão.

Em pouco mais de 15 dias, os astros trouxeram-nos diversos acontecimentos, muitos deles muito desafiadores. O tempo aparenta estar em pleno voo, os dias passam sem que nos apercebamos das horas que passam, o cansaço dos corpos físicos é intenso e parece que tudo foge ao nosso controlo. Tudo normal, tudo maravilhosamente normal.

Há anos que escrevo que a Terra está a viver uma transformação do seu campo energético, aquilo que poderemos chamar de Ascensão. Creio que é claro que todos os seres que nele habitam, todas as partículas de energia que compõem este planeta, nós incluídos (e, por muitas razões, acima de todos os outros), estamos a viver esse mesmo processo, que nos está a tirar as redes de segurança e os mecanismos de controlo, que nos está a pressionar, como uma chaleira em que a água começa a ferver, transformando e elevando a nossa água, as nossas emoções. Por isso, quando olhamos à nossa volta, vemos pessoas sem norte, irritadas, frustradas, agitadas, fruto de vidas focadas num olhar para fora, de máscaras e materialismo.

Recordemos que a última quadratura exacta entre Úrano e Plutão, da qual ainda se sentem os efeitos, foi seguida de um poderoso eclipse do Sol, no último grau de Peixes, poucas horas antes do ingresso do Sol em Carneiro, criando a base para todo o clima que temos estado a viver, que, de certa forma, vai encontrar um ponto-chave no momento que estamos a viver. Pouco dias antes de Júpiter sair do seu movimento retrógrado e aliviar alguma da pressão, ainda há trabalho a fazer, com estes dias de Páscoa a pedirem-nos reflexão, amplificados pelo eclipse da Lua no Sábado de Aleluia, precisamente entre o símbolo da morte e da ressurreição de Jesus, o Cristo.

No Sábado de Aleluia celebra-se o sepulcro de Jesus, o dia em que Maria, sua Mãe, vive o luto pela morte do filho que, no dia seguinte, ressuscitaria. É o dia do vazio, o dia zero. No dia seguinte, dia de Páscoa, o Mestre ressuscita e, quarenta dias depois, ele Ascende à morada do Pai. No ponto central de todo este processo está a mesma ligação entre a Mãe e o Pai, entre a Terra e o Céu, entre o corpo e o espírito e, em última análise, entre o inconsciente e o consciente. É também disso que nos fala o eclipse que iremos viver.

Mapa-do-Eclipse-da-LuaNum eclipse da Lua, os dois astros cruzam-se, colocando-se o Sol em frente à Lua. É preciso, por isso, que mergulhemos dentro de nós e possamos ver o nosso reflexo sobre os outros, os que nos rodeiam, manifestação da energia da Lua que estará, nesse momento, em Balança, para deixar que essa visão privilegiada possa criar-se movimento sobre nós mesmos, movimento de mudança e do assumir de um Eu que se liberta das amarras. Note-se que o Sol estará em conjunção ao Nodo Sul (manifestação dos nossos hábitos e padrões), a Úrano (criador absoluto) e também a Mercúrio (o planeta da comunicação), todos no signo de Carneiro, enquanto a Lua estará em conjunção ao Nodo Norte, em Balança. É preciso cair dentro do espelho do nosso Eu para nos encontrarmos, é preciso reconhecermos, tomarmos consciência daquele nosso lado que necessita de ser transformado, mudado, cortado. É preciso comunicarmos isso ao Universo e a nós mesmos, manifestar, de forma audível, a nossa vontade, a nossa determinação, assumir o compromisso terreno da transformação do Espírito na Terra encarnado, ou não estivesse Mercúrio em trígono a Saturno, retrógrado, em Sagitário.

Apenas mais dois pormenores que ajudam “à festa”. Nesse momento, Júpiter, que começa a desacelerar para voltar ao seu movimento directo, estará em trígono ao Sol, ao Nodo Sul e ao Úrano, ao mesmo tempo que estará em em sextil à Lua e ao Nodo Norte, trazendo um ajustamento simpático desta energia, relembrando-nos que é um momento de Fé e que só com essa mesma Fé podemos diluir o que precisa de ser diluído e revelar o que precisa de ser revelado. Recordemos o Saturno, em Sagitário, regido por Júpiter, que referi no parágrafo anterior, e vejamos se não faz todo o sentido. No final de todo este processo, tudo se resume a descobrirmos que a nossa maior rede de segurança, tudo o que precisamos, é de olhar para nós e amarmo-nos a nós mesmos, pois Sol e Lua vão receber a energia de Vénus, o Sol por meio de Marte em Touro, disposto pela Vénus, em Touro também, e a Lua, em Balança, regida também pela Vénus.

Embora isto fosse o bastante para mexer, e muito, com tudo o que somos e o que pretendemos ser, existe ainda, a meu ver, a grande chave de todo este processo. Este eclipse forma um T-Square com Plutão, em Capricórnio, tornando-o no grande libertador da energia do eclipse. Se um eclipse é uma oposição, um “confronto directo” entre o Sol e a Lua (e tudo o que está adjacente), é em Plutão que o vértice energético se foca. Assim como pela morte terrena do Filho, o Cristo se manifestou, também é necessário que neste momento tudo o que não é da nossa essência, verdadeiramente, morra em nós, trazendo o renascer, o ressuscitar, o assumir da essência divina em nós, libertando a nossa Alma e permitindo-a cumprir mais esta etapa da sua evolução. É em Plutão que nos permitimos transformar desde o âmago do nosso Ser e fazer viver o Cristo em nós.

Se Úrano, em Carneiro, parcela do eclipse, auxilia o Eu a quebrar as amarras que o prendem e a libertar a consciência, por sua vez, Neptuno, o símbolo do Cristo em nós, em Peixes, o signo do Cristo, dilui essas mesmas amarras. Nos céus, nesse momento, Neptuno fará apenas dois aspectos, uma quadratura com Saturno, pedindo, mais uma vez, um compromisso de fé e uma entrega profundas, e um quincúncio com o Nodo Norte, mostrando que o caminho, muitas vezes, é feito por trilhos repletos de espinhos e pedras, mas que eles apenas são uma parte desse mesmo caminho. O trabalho conjunto de Úrano e Neptuno é elevado e sublimado por Plutão, que nos diz que para cumprir o caminho do sacrifício é preciso saber morrer para poder renascer, algo tão presente em tantos mitos.

Por isso, mais uma chave que se roda para abrir uma porta para quem se permitir ver para além do óbvio, para além de tudo o que materialmente existe e está instituído. Não é o fim de nada, nem sequer o concluir de coisa alguma, pois no Universo nada tem fim nem início, esse é um conceito ligado a uma realidade de tempo terreno que, nas dimensões a que estamos a aceder, já não fazem sentido de existir. Este é mais um patamar atingido, mais uns degraus na maravilhosa escada que foi mostrada a Jacó, um patamar muito importante, que nos levará a um novo caminho, a uma nova realidade, à contínua caminhada para o retorno ao Pai, ao Criador, à Fonte.

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Comments (3)

Que maravilha sua leitura dessas configurações da Lua Cheia, Leonardo! Muito obrigada, vc me ajudou muito na compreensão do meu momento atual e a buscar a melhor maneira de conscientizar essas energias. Gratidão.

Um lembrete: No sétimo parágrafo, vc inverteu o nome dos nodos. “Jupiter em sextil ao Nodo Norte e a Lua…” “…Jupiter em trígono ao Sol, Urano e Nodo Sul”
Abraço Fraterno,
Marcia

Leonardo Mansinhos
Leonardo Mansinhos

Viva Marcia! Muito grato pelo seu aviso! Já está corrigido! E fico muito grato e feliz por ter gostado e por a ter ajudado! Feliz Páscoa! 🙂

Ops, mandei a mensagem anterior sem concluir…
Feliz e abençoada Lua Cheia de Páscoa! _/\_
Marcia

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