Boa tarde!
Ontem vivemos o Solstício de Verão no hemisfério norte, o dia do ano em que temos o maior tempo de luz solar, um momento profundamente simbólico e importante que podemos e devemos projectar para as nossas próprias vidas.
O Sol atinge o seu pico máximo do ano, a luz cresce até ao seu esplendor, iluminando tudo, aquecendo e abençoando-nos com a sua vida. A partir deste momento, o quente Sol, em pleno Verão, começa, lentamente, a diminuir a sua luz. Curiosamente, são estes primeiros tempos os de maior calor, que nos obrigam a reduzir o nosso ritmo, a descansar e a recarregar baterias, também a dar mais atenção ao nosso Eu e a prepararmo-nos para um novo ciclo.
A Luz, no seu máximo, lembra-nos que é passando pelo caminho da sombra, do frio do Inverno, da aridez gelada, que conseguimos romper todas as amarras e atingimos a chama da Vida que nos dá as mais belas flores, os mais maravilhosos e saborosos frutos, as sementes que nos permitirão, mais tarde, vivenciar mais um caminho pela sombra. No entanto, agora é tempo de celebrar a vida, de olhar para o alto e agradecer tudo o que a Terra nos dá, em comunhão com o Universo, tudo o que a Mãe gera, em união com o Pai Divino, pois sem ambos nada existiria.
Celebrar, sentir a beleza dos dias, a magnificência da Natureza, a perfeição da Vida, reconhecer a coragem de assumirmos o nosso próprio caminho, sem medo de sermos quem somos, sem dúvidas ou receios, pois apenas vivemos uma vez, de cada vez. Assim como cada ciclo é único, assim como a Natureza não vai controlar o que cria ou o que é preciso, simplesmente existindo e confiando que tudo caminha para o mais perfeito equilíbrio, não por desleixe, mas sim por estar tão bem centrada em si mesma, no seu caminho, na sua missão, também em cada um de nós este é o momento de largarmos o controlo dos nossos processos, o momento de nos libertarmos dos apegos e dos medos, de tentarmos fazer com que tudo dê “certo”, até porque o certo e o errado são apenas conceitos, e aquilo que parece correr mal, tantas e tantas vezes, é o melhor que algum dia nos aconteceu.
Como sempre, é o caminho do equilíbrio que nos rege, ainda que não estejamos cientes dele. O pico do tempo solar leva-nos agora até ao pico da sombra, assim como o pico da sombra, antes, trouxe-nos ao esplendor da beleza da Luz. Também na vida, sem passarmos pela sombra, não conseguiremos chegar à Luz, pois ambas são parte do mesmo equilíbrio, e ambas fazem parte de um Todo perfeito. Tão certo como no fim de um dia a noite chegar e no dia seguinte o sol brilhar de novo, também tudo nas nossas vidas tem luz e sombra, princípio e fim, começo e recomeço. Assim é a vida na Terra, a mais plena vivência de comunhão.
Boa semana!