Bom dia!
O tempo passa a voar e com ele a vida corre também. Sem que nos apercebamos, tantos de nós e à nossa volta vê apenas a vida passar à sua frente, presos na necessidade de criar posses, estruturas e supostas bases de segurança. Muitos, tantos e tantos de nós, agarrados aos medos de sermos nós mesmos, passamos uma vida, como eu costumo dizer, ligados à máquina, apenas e unicamente em modo de sobrevivência.
Passei estes últimos dias rodeado pelo tema do Amor, não só o amor terreno, nas suas mais diversas formas, mas também aquele que muda o mundo, porque, acima de tudo, transforma o nosso Ser. Entre tudo o que até mim chegou, há uma frase, um trecho de uma música (“Photograph”, do Ed Sheeran) que quero destacar e que é o grande mote desta reflexão: «Amar pode curar / Amar pode consertar a tua Alma.»
Acredito que é apenas o Amor que nos pode, verdadeiramente, tirar desta Matriz de sobrevivência e de alimentação da Sombra, onde o medo impera, a dúvida permanece, o pânico paralisa e onde somos levados à derrota e à auto-destruição. Quando alimentamos a nossa Alma, o nosso Coração, com Amor, saímos da sobrevivência, deixamos de ser os ratinhos na rodinha, a correrem sem irem a lado nenhum, e descobrimos o nosso grande potencial, a nossa centelha divina, a nossa Luz. A partir desse momento, já não alimentamos a Sombra, pois Somos Luz e, na verdade, é a Luz que nos passa a alimentar, a inspirar, a dar-nos mais força e, dessa forma, mais conseguimos conquistar, pois sabemos, por certo, aquele que é, realmente, o nosso caminho.
Estas palavras podem ser estranhas ou até muito “esotéricas”, mas desafio a que cada um se permita a lê-las com o coração e não com a mente. Dessa forma, perceberemos com a maior das facilidades que apenas quando nos amamos, quando amamos o nosso próximo, apesar das diferenças, quando amamos aqueles que nos fazem mal, apesar de toda a dor e sofrimento que nos trouxeram, reconhecemos em nós a matéria que criou o Universo e todas as coisas, revelamos a tal centelha divina em nós.
É quando vivemos no medo, presos nos seus tentáculos, quando alimentamos os pensamentos de derrota e de dúvida, que mais sofremos. Procuramos ser perfeitos, ter uma determinada estabilidade financeira, amorosa, pessoal, até podemos atingir alguns desses patamares, mas depois passamos a viver o medo de os perder e entregamo-nos à busca de mais bases, de manter aquela estrutura, a que preço for. Neste círculo vicioso, esquecemo-nos de nós, de ouvir o nosso coração, de sentir o que ele nos pede, deixamos de lado a nossa curiosidade, a nossa criatividade, a necessidade de nos encontrarmos e de descobrirmos, cada dia mais profundamente, quem realmente somos. Hipotecamos a nossa vida por causa de coisas que, depois desta experiência na Terra, para lado nenhum levamos, pomos a culpa na vida, nos processos e nas pessoas, sem vermos que apenas colhemos, sempre, aquilo que plantámos.
Então, para que não sintamos que a vida passou e, na verdade, não a vivemos, é preciso, a cada momento, plantar novas sementes de Amor, sendo que a primeira que nos é pedida é, sempre, dentro do nosso coração. Sem nos amarmos a nós mesmos, sem reconhecermos, apesar de todas as contrariedades da vida, a beleza do nosso Eu, sem sermos gratos por tudo o que somos e o que temos, mesmo (e principalmente) aquelas ditas contrariedades, não podemos esperar que qualquer outra semente possa crescer. Na velha parábola do semeador, o Mestre dizia-nos que é em terreno trabalhado que a semente pode germinar. Por isso, hoje, saibamos cuidar do nosso terreno, aceitando a nossa vida, trabalhando para a transformar, entregando-nos ao trabalho sobre nós mesmos, reconhecendo que fomos criados à semelhança do nosso Criador e que, por isso, existe também em nós o poder de tudo criar nas nossas vidas. Se nunca tentarmos, nunca vamos saber se conseguimos. Da mesma forma, sem nunca arriscarmos, nunca saberemos o que é viver.
Boa semana!