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O Caminho do Amor

20150817

Bom dia!

Confesso que sou uma daquelas pessoas que acredita na bondade do ser humano, que acredita que, apesar de todos os problemas, de toda a maldade, de toda a guerra, de tudo aquilo que fazemos movidos pela inveja, pela ganância, pelo apego e pelo poder, existe em cada um de nós, às vezes muito profundamente escondida, uma centelha da luz divina, do amor doce, maravilhoso e incondicional que criou todo o Universo, toda a vida, tudo o que existe, visível e invisível. É por isso que, de certa forma, não sou, de todo, capaz de desistir das pessoas.

Aprendi ao longo da minha vida, e nomeadamente nos últimos anos, que a maior e melhor arma contra todo o tipo de problema ou situação é o Amor. No entanto, confesso, nem sempre é uma arma fácil de manusear, bem pelo contrário, muitas vezes é terrível e difícil conseguir transmutar a raiva, a mágoa, a tristeza, a desilusão no mais profundo e sincero amor. No entanto, embora difícil, é isto que nos permite elevar as nossas consciências e transformarmo-nos, ao mesmo tempo que, sendo humanos, cumprimos um propósito, o mandamento que o Mestre nos deixou.

Nestes momentos, em que me deparo com a compreensão e a percepção de determinadas coisas que às vezes me são direccionadas, quando me sinto injustiçado, maltratado, sem qualquer razão aparente, recordo-me sempre do exemplo do Mestre, que julgado, condenado, violentamente humilhado até a uma morte numa cruz, sempre amou, sempre perdoou, sempre confiou que havia um desígnio maior em tudo o que fazia, um desígnio que o Pai lhe entregou. Talvez nunca, nenhum de nós, chegue perto sequer da forma como o Mestre viveu tais coisas e da forma incondicional como amou todos aqueles que lhe fizeram mal, mas se formos movidos por tal exemplo, certamente faremos a diferença. Pode não ser logo, pode não ser naquele momento, nem sequer dias, semanas ou meses despois, talvez só anos, talvez apenas vidas e vidas depois, mas quando seguimos o caminho do Amor, o tempo não tem tempo e sabemos que conseguiremos mudar o nosso mundo.

Muitas vezes questionam-me porque é que pessoas boas, que trabalham para fazer o bem aos outros, que nada fazem contra os outros, continuam, incessantemente, a receber coisas menos simpáticas, problemas e obstáculos. Talvez não tenha a resposta mais correcta, mas acredito que tudo o que vivemos tem um propósito, uma direcção, um fundamento, não que tenhamos sempre de ser testados e colocados à prova, mas porque necessitamos de encarar determinadas questões para as podermos ultrapassar e, como sempre, fazer uma escolha, pois o caminho da Luz é feito de escolhas constantes. Errado é pensar que por trabalharmos na Luz, por fazermos o bem, por nos dedicarmos a causas nobres, os problemas acabam. Quando optamos por este caminho, a consciência que temos de nós e do mundo que nos rodeia abre-se, amplifica-se, largamos a ignorância e o desconhecimento e, como os que despertavam da Matrix, no filme, há uma responsabilidade que nos é solicitada, de permanecermos firmes no nosso caminho, uma constante escolha, uma permanente tomada de decisão de nos mantermos na Luz ou de voltarmos para os meandros da sombra. Ambas têm um custo, ambas têm um dividendo.

Sei que não vou mudar ninguém e sei que, talvez, a minha determinação em permanecer no Amor, no perdão, em não guardar mágoas, em não alimentar raivas, nada vá mudar no imediato. No entanto, sei que, num qualquer momento, talvez até num futuro distante, é esta crença no ser humano, na centelha divina, que irá auxiliar-me a abrir mais o meu coração para a Fé, para a Fonte, para Deus, e, tenho a certeza, irá também ajudar a abrir outros corações para eles mesmos, para a Luz, para a mudança.

Somos todos filhos de um mesmo Deus, somos todos parte de um Todo que se divide para poder crescer, evoluir, ascender e, dessa forma, ao retornar a esse Todo, poder amplifica-lo, fazê-lo chegar a outros níveis de consciência, ainda inexistentes, ainda nem sequer conceptualizados pela grande Fonte. No entanto, até lá, acredito que enquanto houver almas que precisem de despertar para si mesmas, para descobrirem que não precisam de guerras, de poder desequilibrado, de invejar o seu irmão ou de lhe fazer mal, para poderem assumir o seu poder pessoal, o seu Eu, continuarei em frente, nesta batalha de Luz, e a cada um que abrir os seus olhos, o meu coração pulsará com mais força, mais entusiasmo, mais entrega e mais dedicação.

Se todos somos filhos de um mesmo Deus, então em nós existe uma centelha da sua divindade, uma chama de possibilidades infinitas e únicas, que cabe a cada um de nós acender. Enquanto perdermos tempo a olhar para o lado, a compararmo-nos, a desejar poder e bens materiais supérfluos, então, sem dúvida, dificilmente conseguiremos dar de nós tudo o que podemos dar, pois estamos presos à matéria, à densidade, atolados na sua lama, nas suas areias movediças, sujos pelos actos, pensamentos e desejos. No entanto, quando soubermos olhar para dentro de nós e reconhecer a beleza da nossa alma, a sua sabedoria, a infinitude do nosso espírito, quando percebermos que basta também aprendermos a viver em amor, então conseguiremos atingir os mais altos e belos patamares e nada, mesmo nada, nos faltará.

Boa semana!

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