
Bom dia!
Há poucas horas vivemos a Lua Cheia, chamada de Lua de Sangue, que também foi Eclipse! A Lua mostrou-se um pouco maior que o normal e, pelo efeito do alinhamento com a Terra e o Sol, que a levou a ser eclipsada, tomou um tom avermelhado. As ideias e profecias de fim do mundo multiplicam-se, como normal, e, de certa forma, até têm um tom de verdade. Este é o fim, não do mundo, mas de um ciclo, de uma parte do caminho, para que possamos abraçar um novo Eu, um novo trilho que, na realidade, é apenas a continuação do percurso que temos feito, mas com uma tomada de consciência maior de quem somos e de quem, a partir deste momento, pretendemos ser.
O Eclipse deu-se com o Sol em Balança e a Lua em Carneiro, trazendo-nos a revelação do nosso Eu e o confronto directo com uma das mais básicas mas mais importantes leis do Universo, a Lei do Retorno. Em Balança, o Sol ilumina o outro como um espelho de nós mesmos, e a Lua em Carneiro devolve-nos essa tomada de consciência e imprime-a na nossa Alma, relembrando-a do propósito que nos trouxe até à Terra. Se, na nossa caminhada, estivermos já conscientes de quem somos e em trabalho de desapego dos vícios, hábitos e padrões do Ego, ainda que possa ser numa fase muito embrionária, então este momento de Eclipse será, certamente, a faísca que irá acender o fogo divino que existe em cada um de nós, queimar o que precisa de ser queimado e colocar nas nossas mãos a possibilidade de criarmos um novo Eu, um novo caminho.
No entanto, se, pelo contrário, continuamos agarrados aos velhos padrões, aos hábitos, medos e zonas de conforto, impedindo-nos de vermos o potencial criador que existe em nós mesmos, então vamos fechar-nos ainda mais na vitimização, na desresponsabilização, seremos avassalados pelo medo de perder o pouco que achamos ter, pois passamos uma vida a entregarmo-nos a um trabalho para ter um pedacinho de pão num tempo qualquer, e até isso nos parece ser retirado.
O Universo só nos tira o que realmente não é nosso, para que, em contraponto, poder dar aquilo que necessitamos e merecemos para crescer, evoluir e transformarmo-nos. Com o Sol em sextil a Saturno, acabado, há poucos dias, de entrar em Sagitário, ao mesmo tempo que faz um trígono à Lua, ambos aspectos muito positivos, é-nos pedido que assumamos a responsabilidade dos nossos actos, das nossas escolhas, do que alimentamos no nosso coração, pois iremos agora receber o dividendo de tudo o que temos dado ao Universo, ao nosso irmão e ao mundo que nos rodeia. Quando tomamos consciência do nosso Eu e do que precisamos de transformar nas nossas vidas, então reforçamos a capacidade de criar um caminho mais sólido, mais forte e mais seguro.
A força deste eclipse não reside no potencial destruidor de uma Lua em Carneiro, mas sim na reflexão que ela, em conjunto com o Sol, faz de nós mesmos. Notemos como uma pequena vela acesa, num quarto totalmente escuro, projecta sobre a parede a sombra de um pequeno objecto que está à sua frente. Consoante a posição em que colocarmos o objecto perante a luz, a sua sombra poderá se gigantesca ou quase inexistente. Assim também é este Eclipse, que revela a nossa sombra dependente das prisões do Ego a que nos mantemos presos, à viciosa relação que temos com aquilo que, sabemos, é o que está podre nas nossas vidas e neste mundo em transformação. Tudo isto é reforçado com a forte conjunção do Sol e da Lua com os Nodos Lunares Norte e Sul, respectivamente. Os Nodos Lunares são os orientadores do nosso caminho evolutivo e, dessa forma, com a conjunção do Sol e da Lua a estes pontos, todo o trabalho deste eclipse é amplificado, ao mesmo tempo que lhe é dado um propósito evolutivo. Então, aproveitemos também para revelar perante nós mesmos essa nossa sombra, essa parte podre de nós mesmos e, assim como a Terra tapa a Lua de receber a luz do Sol, eclipsando-a, permitirmos também limpar essa energia do nosso Ser, dando valor ao que realmente é valioso nas nossas vidas e permitindo que o Universo cuide do restante.
Um eclipse é sempre um momento forte e intenso, um momento transformador que coloca à nossa disposição uma energia extraordinária para que a possamos trabalhar em nós. No entanto, essa escolha, como sempre nas nossas vidas, é apenas e unicamente nossa. Quando nos permitimos abrir o nosso coração para o Amor, para o nosso propósito, libertando-nos dos velhos sentimentos, hábitos e padrões, deixando para trás quem fomos e criando o nosso novo Eu em cada momento, em cada situação, tendo a consciência dos nossos actos e assumindo a responsabilidade de cada um dos nossos passos, então reconhecemos a nossa centelha divina e libertamos o que de mais divino existe em cada um de nós.
Boa semana!