Bom dia!
Aproximamo-nos de mais um momento energeticamente importante, o Equinócio de Outono (no hemisfério norte), nesta quarta-feira, dia 23, quando o Sol entrar no signo de Balança e nos trouxer a pureza da simbologia do momento. Tenho em alguns textos escritos os significados dos Equinócios, mas, nesta reflexão, quero trazer a sua dimensão de uma forma um pouco diferente.
O mundo que nos rodeia está recheado de desafios. Vivemos tempos singulares, muitas vezes difíceis e profundamente desafiadores. Acredito que não haja um único ser humano neste planeta que, de formas bem diferentes, sinta a intensidade do tempo que estamos a viver, nos acontecimentos à sua volta, nas situações da sua vida, nas suas próprias células. Acreditámos, por muito tempo, que o que acontecia à nossa volta não nos poderia afectar, pois estávamos no nosso canto sossegados, mas estamos a descobrir, da pior forma (para muitos), que somos tão permeáveis como uma peneira.
No Equinócio, o tempo de dia e de noite são iguais, há um equilíbrio perfeito que nos incita a reequilibrarmos também as nossas vidas. Se os tempos que passaram, desde o último equinócio, passando pelo solstício, trouxeram-nos revelações e mostraram-nos muito do que estava escondido, transformando a nossa forma de ver quem somos, o que nos rodeia e o que nos está a ser pedido, agora é mais um momento de compreender, aceitar e colher a sementeira que temos vindo a plantar.
O tempo de noite passará a ser maior que o de dia, mas a escuridão não tem de tolher o nosso espírito nem nos subjugar a uma maior melancolia ou a algum tipo de vivência mais negativa. Pelo contrário, este é o tempo em que a cada um de nós será solicitado que revele o que semeou no seu coração e colha o seu fruto. Colher o fruto da sementeira não é colher a bênção ou o castigo perante as acções, pensamentos e sentimentos mais ou menos nobres, respectivamente, mas sim o assumir a responsabilidade da capacidade de criarmos o caminho das nossas próprias vidas, permitindo, dessa forma, transformar o que tiver de ser transformado e amplificar o que nos traz felicidade e harmonia.
É o tempo de cada um de nós, quando as sombras e a escuridão parecem ganhar terreno, abrirmos o nosso coração, escancarar as suas portas, e revelar a Luz que lá existe. No nosso coração, a Luz é o Amor que temos por nós, pelo nosso irmão, pela Terra, pelo mundo que nos rodeia, é a Fé que cada um de nós alimenta em si mesmo, no seu próprio caminho, na transformação do nosso planeta, é a Esperança por tempos de Paz, de Harmonia.
Cabe a cada um nós mostrar essa mesma Luz para que possa marcar a diferença, para que possa auxiliar outros a fazerem esse mesmo caminho. Para isso, é preciso compreender, aceitar e responsabilizarmo-nos por tudo o que temos alimentado e construído nestes últimos tempos, ou, até, durante toda a nossa vida. Não há mais tempo para comparações com o nosso irmão, para vivência de inveja, de orgulho e ganância, para alimentar mágoas e revoltas.
Se em cada um dos nossos corações foi plantada e revelada a semente da Luz, é a alegria, a harmonia, o amor e a felicidade que iremos colher. Apenas eles nos poderão levar a sentirmos que estamos a ser bem-sucedidos na nossa caminhada, pois são o reflexo de darmos ao mundo aquilo que somos, cumprirmos o propósito que nos trouxe até aqui. Quando vivemos em ilusão, criamos uma imagem sobre nós mesmos, normalmente baseada no caminho de outros, e ao não conseguirmos chegar lá, pois não estamos a respeitar o nosso próprio Ser e a escolha que fizemos enquanto alma para vir à Terra, alimentamos revoltas, mágoas e a escuridão invade-nos, trazendo com ela seres que, de outros planos, se alimentam dessa energia, ajudando a criar os cenários que tão bem conhecemos no nosso mundo.
Contudo, se pelo contrário, nos amarmos, respeitarmos a nossa caminhada e assumirmos o nosso verdadeiro Eu, mesmo que, dessa forma, estejamos a ir contra o que esperavam de nós, contra o que idealizaram sobre nós, mesmo que sobre nós digam coisas que sentiremos como injustas, é a Luz que estaremos a libertar do nosso Ser e, dessa forma, poderemos almejar ser faróis num mundo com tanta embarcação à deriva.
Boa semana!