Bom dia!
Uma das coisas que mais vivemos nos dias de hoje, nomeadamente quando contactamos com áreas, ditas, espirituais, é uma espécie de diabolização da Mente. A própria palavra “mente” leva-nos para uma conotação mais negativa, de engano e simulação, o que é um forte argumento para criarmos um conceito, algo que também do domínio da mente.
Puxamos, e bem, os galões para o coração, incentivamos a que ele seja ouvido, trabalhado e liberto. Tudo isso está para lá de correcto, pois é o coração que nos liga à essência divina, que nos conecta com a energia de Luz e Amor que dá a vida a todo o Universo. O coração é a bússola, o grande impulsionador e orientador, mas a Mente não pode nunca ser anulada nem menosprezada, pois é a ela que cabe o trabalho de criar e manifestar, antes ainda de se materializar.
A Mente liga-nos à capacidade criadora de Deus, à vivência da conceptualização que pode, e deve, ser trabalhada de forma divina. No entanto, ela está também ligada ao sistema de sobrevivência que necessitamos aqui na Terra, o ego. Se pensarmos nisto vamos compreender que, embora seja um sistema intrincado, dificilmente conseguiríamos que fosse de outra forma, até porque não aguentaríamos a divisão da nossa mente numa ligada ao Ego e outra ligada à nossa evolução, nem sequer faria sentido. O ego também faz parte da nossa evolução, mas compreende ao ser humano a criação da sua própria realidade e da sua própria vida, não de uma forma ilusória, mas sim conceptualizada e manifestada, preparada para que, por nossa escolha, possa ser materializada.
Por isso a Mente é tão complexa, pois ela é essencial para que o nosso caminho seja concretizado. As suas mais diversas formas, desde a linguagem, passando pelo pensamento e pela inteligência, permitindo-nos criar tudo o que existe nas nossas vidas, transportam-nos para uma complexidade extraordinária, mas também de uma elevação sublime. Sem nos apercebermos, a linguagem que usamos influencia o nosso pensamento, e é ele que, de forma única, emana ao Universo a energia que eu estou a criar para a minha vida.
De pouco, ou mesmo nada, me serve saber textos dos livros sagrados das várias correntes espirituais ou religiosas de cor, dizê-los em voz alta, fazer orações de belas palavras, se depois, na minha mente, os pensamentos focam-se no outro, nas preocupações, nos medos, nas intrigas, nas dúvidas, na inveja, se depois cravejamos a nossa mente com pensamentos derrotistas, anuladores e negativos. De nada serve apregoar aos quatro ventos virtudes e moralidades, se na nossa mente apenas vivemos no que achamos que os outros vivem, se nos comparamos e se nos esquecemos de nós mesmos.
A mente torna-se enganadora quando nos esquecemos do nosso coração, da nossa Essência. No entanto, se pelo contrário, conectarmo-nos a ela, a Mente torna-se divina, criadora, transformadora, capaz de superar todos os desafios, ultrapassar todos os obstáculos, pois ela está direccionada para um propósito maior, para ser um dinamizador, um impulsionador da nossa Centelha Divina. Tal não é possível se continuarmos presos ao medo e à dúvida, amplificando a negatividade em nós. Se, pelo contrário, reconhecermos que o que criou o Universo, essa Mente Superior, também reside em nós, então teremos a consciência que em nós também está a capacidade de mudar, primeiro e acima de tudo, o nosso mundo.
Boa semana!
apreciei v. artigo.Também sou de pensar que a mente é a parte divina no homem e que ela fica
camuflada de sua verdadeira finalidade para que o homem possa realiza-la e encontra-la quando deixar de ser egoista e vaidoso…