
Boa tarde!
Os últimos dias foram de profundas vivências e aprendizagens, daquelas que colocam a nossa mente e o nosso coração a funcionar, não a mil, como acontece no rebuliço do dia-a-dia, dos problemas e das dificuldades, mas sim numa cadência perfeita, com uma paz interior profunda, que nos permite ver com os olhos da alma o caminho que aberto está a ser à nossa frente.
Quanto mais consciência temos de que o mundo que nos rodeia está a mudar, maior está a ser essa mesma mudança dentro de nós mesmos. Na verdade, como tantas vezes digo, nada à nossa volta se transfigura, pois o que muda é a forma como nós vemos e agimos sobre o mundo em que vivemos, e é isso que permite que o mundo, o nosso mundo, se transforme.
Desde muito pequeno, das mais diversas formas, questionei muitas das coisas que me rodeavam. Questionava o mundo, mas, acima de tudo, questionava-me a mim mesmo. Apercebi-me, num determinado momento da minha caminhada, que as questões que colocamos sobre o mundo são reflexo do que buscamos sobre nós mesmos, do que ansiamos compreender, embora numa dimensão completamente diferente.
Aprendi também que o problema raramente está nas perguntas que colocamos, mas sim no que a procura da resposta nos exige. Tantas vezes, para chegarmos a esse mesmo conhecimento, precisamos de arriscar, largar a zona de conforto, entregarmo-nos de cabeça a um caminho, a um desafio, a uma vivência. Tudo parece perigoso, descabido e louco, assusta mesmo, mas o coração impele-nos a abraçar essa mesma busca. É essa dualidade que nos mostra que a nossa alma, a nossa essência, pede-nos que rompamos o casulo e nos permitamos evoluir. É esse movimento interior que nos dá borboletas no estômago e nos pede que ousemos ser mais do que somos, que encaremos as nossas barreiras, os nossos desafios, e nos permitamos ultrapassar a nós mesmos.
Quando também nos permitimos viver todo esse fluir de emoções, o Universo encarrega-se de colocar no nosso caminho o que precisamos para encontrar essas mesmas respostas. Dá-nos uma cana e ensina-nos a pescar, coloca-nos o mestre no nosso caminho, pois estamos preparados para ser discípulos, pois humildemente aceitamos o nosso caminho e, ainda que com medo, estamos dispostos a enfrentar o caminho que está à nossa frente.
Por vezes, numa simples frase, daquelas curtinhas e com poucas palavras, que nos é dita, que nos surge num qualquer livro que folheamos, mas que nos capta e fica presente na nossa mente, uma chave nos é colocada nas mãos e a oportunidade de abrir mais uma porta nos é dada. Nesse momento também, ainda sem compreendermos bem o que nos foi entregue, há uma serenidade que recai sobre nós, uma segurança de sentirmos que estamos no caminho certo, a mente entra em sintonia com o coração e focamo-nos com aquilo que, no início e no fim de tudo, é o mais importante, sermos aqueles que escolhemos vir ser.
Boa semana!