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Os Frutos da Sementeira

20151123

Boa tarde!

Às vezes é preciso voltarmos ao mais simples, ao mais primordial do nosso ser, para poder verdadeiramente mudar tudo. Na verdade, após darmos esse passo, reconhecemos que não voltámos ao mais simples nem ao mais básico, mas sim que saímos da profundeza da escuridão pela qual temos obrigatoriamente de passar se queremos revelar a Luz que está dentro de nós. É isto que a própria Terra, Gaia, nos mostra, com a vivência energética do seu ciclo, que nós, insistentemente, esquecemos que faz parte de nós e que tem o custo que estamos a ver neste momento nas nossas vidas, no nosso país, na nossa sociedade, no mundo.

O Sol entrou ontem em Sagitário e trouxe-nos um forte desafio. Depois da enorme turbulência emocional com que temos sido confrontados, depois de toda a sombra que tem sido revelada, é tempo também de fazer o caminho ascendente, elevar a nossa consciência até ao pico da montanha, onde poderemos estar mais próximos da Luz. A questão, no fundo, é se conseguimos voltar à nossa base primordial, à nossa essência, e se nos propusemos a ver as nossas próprias sombras, de forma a que agora, sem medos, possamos quebrar as nossas barreiras, as nossas amarras, e libertarmo-nos desses velhos paradigmas que tão intrincados estão em nós.

Quando olhamos à nossa volta, o que vemos ainda são tantos e tantos embrenhados em sombras, sem sequer perceber que são apenas e unicamente as suas próprias. Empurrando para fora de si a responsabilidade dos seus próprios caminhos, sentem-se maltratados, agastados, arrastados pela vida, pelo mundo, pelo governo, por todos à sua volta, sem nunca perceberem que o princípio e o fim de tudo estão, unicamente, em si mesmos. Vemos hoje, em todo o lado, momentos de irritabilidade, de intolerância, de raiva, ódio e rancor, sem perceber que tudo aquilo para o qual projectamos esses mesmos sentimentos são reflexos de nós mesmos. Repare-se na situação no país, no mundo, vejam-se as ruas, na comunicação social, nas redes sociais, respostas e reacções sem reflexão, paz, calma ou foco, apenas insultos, da pior espécie, raivas acumuladas e direccionadas para este ou para o outro, sem termos a noção que estamos, ao mesmo tempo, a plantar mais e mais sementes de discórdia, de tristeza, de incompreensão, de guerras, de medos e dor.

Há poucos dias, um querido amigo dizia-me que tinha chegado a altura, talvez mais do que alguma vez no tempo da Terra, de pôr em prática as palavras do Mestre, os seus ensinamentos, todas eles, claro, mas em especial dois muito importantes. O primeiro, e mais importante que todos os outros, o novo mandamento que o Mestre nos deixou, o de amarmo-nos uns aos outros, como Ele nos amou. Acredito que o Amor é a solução para tudo. Não o amor terreno e carnal, mas aquele que nos liberta, aquele que nos aquece o coração com a compaixão, aquele que só é possível com a energia da Fé, tão característica de Sagitário, que nos faz olhar para todos como seres únicos e divinos, dignos de, independentemente de tudo, serem por nós amados e respeitados. Todos temos uma história, um caminho, que nos molda e nos transforma, e não somos ninguém para julgar ou criticar o caminho dos outros, sejam eles quem forem, tenham feito o que quer que seja, mesmo as coisas mais horrendas. Amar é perdoar, e perdoar não significa esquecer ou deixar passar ao lado, mas sim permitirmo-nos seguir em frente, sem o peso da dor, da raiva ou do ódio, aqueles que invariavelmente nos levarão a sermos iguais aos que não perdoamos. Amar aqueles que nos fazem mal é sermos capazes de ver a sua dor e sentir compaixão por ela, de tal forma que nos libertamos da energia dos seus actos. Parece irreal e sobre-humano, e até é, mas ser humano não é ser bárbaro, é evoluir no sentido da divindade que é ser-se filho de um Deus Maior.

O segundo ensinamento do Mestre, igualmente importante, é do espalharmos os seus ensinamentos, não no sentido religioso que tem sido vivido nos últimos dois milénios, mas sim no sentido espiritual, levando apenas a mensagem, não um dogma, uma verdade ou uma punição, dando a cada um dos que ainda está nas sombras, nas trevas do seu próprio ser, a capacidade de poder pensar, de ver algo diferente, de sentir dentro do seu coração, retirando toda a pedra que está há tanto tempo lá colocada à volta, a beleza da centelha divina que é. Talvez seja uma das mais difíceis tarefas que temos, a de plantar sementes de Fé, de Compaixão e Amor no coração dos que sofrem, dos que clamam por justiça, por vingança, dos que vêem os seus filhos, companheiros e companheiras, amigos e familiares, serem mortos, maltratados, dos que vêem os seus trabalhos e os seus bens serem retirados e as dificuldades chegarem.

Acredito que nenhum de nós veio à Terra para sofrer, não é esse o propósito da existência e vivência terrenas, mas quando passamos e vivemos tais questões, somos colocados à prova pelo Universo, somos confrontados com as nossas sombras, com os nossos apegos, com as nossas dependências e vícios, somos obrigados, porque não vimos ou ouvimos o que o nosso Eu Superior nos tem vindo a transmitir, a colocarmo-nos a nós e ao nosso caminho em causa, a abrir o nosso coração e a ver as feridas que lá estão escondidas, por sarar. Quando, ao invés, nos entregamos à raiva e à dor, à inveja e à ganância, não vivenciamos a evolução, mas abrimos o nosso ser às sombras e por elas somos consumidas, esquecendo de quem realmente somos. Esse tem sido o caminho da humanidade, que agora, na transição de Eras e no enorme momento que estamos a viver, é abalado e colocado novamente nas nossas mãos para que saibamos assumir a responsabilidade de gerações e gerações de escolhas pelo poder, pelo dinheiro e pelo orgulho, e para que possamos tomar uma nova decisão, e estejamos certos que este é um momento importantíssimo para isso, para que toda essa energia possa ser transformada em novos caminhos, em Amor, compaixão e entrega, pois precisamos de ter a consciência que, no tempo certo e no momento exacto iremos, tal como agora estamos a fazer, colher os frutos das sementes que agora plantamos nos corações humanos.

Boa semana!

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