Boa tarde!
Nos últimos dias, talvez fruto de termos o Sol a transitar no signo de Aquário, tenho visto muitas supostas notícias sobre alegadas aparições de naves extraterrestres na nossa atmosfera, sobre alegadas curas que surgem e que são bloqueadas pela indústria farmacêutica, entre tantas outras coisas que nem vale a pena enumerar, basta estar atento. Confesso que, em maior parte dos casos, duvido muito da veracidade de tais notícias, principalmente nas das naves extraterrestres, até porque a questão de curas serem travadas, honestamente, acho perfeitamente possível no mundo em que vivemos. No entanto, hoje, nesta reflexão, não venho escrever sobre a veracidade das notícias, mas sim sobre outra questão que me tem surgido e que sinto que é importante referir.
Continuamos, muitos de nós, apesar de tudo o que temos vivido, de tudo o que nos tem sido mostrado, a procurar fora o que apenas e unicamente conseguiremos encontrar dentro de nós. Estamos à espera que seja um governo, os extraterrestres, uma vacina, o jogo ou outra coisa qualquer, a resolver as questões que estão nas nossas mãos, que foram, na verdade, criadas e alimentadas por nós mesmos. Estamos à espera de uma solução exterior para algo que apenas no interior do nosso ser pode ser trabalhado e resolvido. Sim, é verdade, e ainda bem, que podemos encontrar uma vacina ou uma cura para o cancro ou para a SIDA, mas se não mudarmos a nossa consciência sobre nós mesmos, se não trabalharmos o amor próprio, a aceitação, se não reconhecermos que a cura, primeiro, precisa de ser trabalhada na origem, então, de nada nos servirão vacinas ou curas, pois o verdadeiro mal está a corromper, não o nosso corpo, mas o nosso espírito.
Hoje vivemos uma espécie de uma passagem entre Eras, transitando na ponte entre a Era de Peixes e a de Aquário, entre a descoberta e o reconhecimento de um Amor Maior, de um Todo indivisível ao qual pertencemos, ao reconhecimento da nossa identidade espiritual, feito primariamente através das religiões, mas em plena evolução para um novo estágio, não de verdades absolutas, mas de Amor, a matéria que tudo gerou, a essência da vida. Nesta passagem, nesta ponte, onde o objectivo é reconhecermos a nossa individualidade, que há algo único e especial em nós, que precisa de ser trabalhado e revelado, é preciso também compreendermos uma das mais sábias verdades do Universo, que nos foi transmitida por Hermes Trismegisto e que, desde sempre, é conhecida, a que nos diz que tudo o que está em cima é como o que está embaixo. Ela revela-nos que, tal como há um Universo à nossa volta, com estrelas, planetas, luas, galáxias e tantos outros segredos por revelar, também em nós existe um Universo perfeito que precisa de ser descoberto, ultrapassados os seus limites e reconhecido na sua perfeição.
Não são extraterrestres ou qualquer outra Entidade que nos irá resolver os problemas que nós mesmos criámos, embora acredite, e sei, que com os preciosos conselhos e auxílio das Entidades de Luz, podemos transformar-nos e curar o nosso espírito, revelá-lo na sua beleza e amplitude. No entanto, para tal também, precisamos de deixar de procurar fora o que apenas em nós podemos encontrar. A maior riqueza que podemos ter não é a da Terra, pois ela foi-nos dada, não para que nos governássemos, como temos estado a fazer, levando à ganância, à guerra e à sombra, mas sim para que pudéssemos crescer e evoluir. Veja-se como são os mesmos elementos que compõem as maiores riquezas que o ser humano tem em conta, como o ouro, o diamante, a prata ou a platina, que também fazem parte das grandes evoluções tecnológicas.
Tenho em mim uma certeza, a de que a maior riqueza é a do Espírito, das nossas grandes capacidades, do nosso propósito, de como podemos contribuir para que possamos crescer e evoluir neste planeta, de como podemos, todos, fazer a tal ascensão de que tantos falam. Podem dizer, é certo, que não é com a riqueza do Espírito que como, que tenho um tecto, que a energia do mundo ainda é a do dinheiro. É, sem dúvida, e a respeito inteiramente, mas não podemos nunca ser escravos dessa mesma energia, da manipulação que ela cria, mas sim entender que é ela que nos serve, e não o contrário. Já nos disse o Mestre, não só de pão vive o Homem, mas de toda a palavra de Deus.
Todos viemos com um propósito de crescimento, de evolução e aprendizagem, que só pode ser trabalhado na proporção em que reconhecemos e extraímos a nossa essência, como uma planta que tem em si a capacidade de cura, mas que precisa de um cuidado, de uma atenção e de um processo de extracção muito peculiares, que faz com que uma gota possa fazer um milagre e justificar toda a existência daquele ser. Por isso, enquanto esperarmos que algo ou alguém venha para nos trazer a Luz, a solução, o milagre da salvação, olhamos para tudo menos para dentro de nós, onde a Luz já está, onde a solução desde sempre existiu, onde um milagre sempre esteve ao alcance das nossas mãos. Quando o conseguimos fazer, quando conseguimos olhar para nós de tal forma que percebemos que o mundo à nossa volta é sempre um reflexo do mundo que dentro de nós existe, então compreendemos que, ao vibrarmos em Amor, ao darmos Amor, ao sermos Amor, cada toque no que nos rodeia é um toque de midas, que tudo em ouro transforma. Não podemos mudar o mundo de uma só vez, mas se mudarmos apenas a nossa própria consciência e a nossa vida, já estamos a contribuir em muito.