
Boa tarde!
Costumo dizer que a frustração é o espaço existente entre o que conseguimos atingir e as nossas próprias expectativas, um espaço vazio e intenso, onde está tudo aquilo que representa, em teoria, uma falha e, consecutivamente, uma culpa que acabamos por carregar. A cada momento de frustração, há uma queda que se dá, mas com o passar do tempo, lá nos levantamos de novo e seguimos caminho, até à próxima situação que nos traz mais uma frustração. Quebrar este ciclo é entender o que nos leva à frustração, compreender a ferida que precisamos de curar e que, invariavelmente, nos leva a esse ponto.
Os tempos que estamos a viver, desde há algum tempo para cá, mas com muito trabalho ainda pela frente, trazem, a todos nós, muita desta energia de frustração. Seja através de situações concretas, seja por questões que estão dentro de nós e que vêm ao de cima, todos somos confrontados, uns mais, outros menos, com esse sentimento que nos mói, que mexe connosco. Poderemos encontrar muitas razões pelo que os céus nos mostram, nomeadamente por alguns aspectos que envolvem Saturno, onde estes temas residem. A frustração está ligada às nossas expectativas e essas mesmas expectativas estão conectadas aos nossos limites, ao que exigimos a nós mesmos, ao que nos propomos, ao que esperamos de nós, ao que achamos que os outros esperam de nós. No fundo, ilusões que criamos em nós mesmos, que nos colocam numa vivência ligada ao passado ou ao futuro, que nos prendem a uma zona da nossa própria sombra. Quando nos entregamos a essas frustrações, amplificamos sentimentos como a culpa e a mágoa, acabando por transformar a dor em sofrimento, sendo absorvidos pela tal sombra, que não é exterior, mas sim interior.
Transformar a sombra da frustração em Luz implica fazer algo que esses mesmos aspectos, que nos céus se formam e revelam, nos pedem, identificar as nossas feridas e sublimá-las em aceitação, em cura do nosso espírito, em limpeza profunda de energias kármicas. No fundo, o que este tempo aqui na Terra nos está a pedir é que nos saibamos libertar das amarras do tempo, nos libertemos do passado e do futuro e que vivamos, efectivamente, no presente, construindo o futuro em cada momento, através da responsabilidade sem culpa, da escolha feita com o coração e não baseada nas ilusões do ego. De facto, a frustração é um reflexo de uma ferida do ego, de algo que em nós precisa de ser transmutado, que se manifesta quando o nosso ego se sente ameaçado, quando parece que vamos perder o nosso chão, as nossas estruturas, quando somos colocados em causa ou quando nos colocamos em causa perante determinadas situações das nossas vidas.
Nenhum de nós, neste momento, está imune a este sentimento, pois o Universo está a elevar a nossa energia, pedindo-nos para que nos libertemos das amarradas das dimensões terrenas, em pleno processo de ascensão. É preciso que o façamos para que possamos ultrapassar as amarras da tridimensionalidade e do que nela foi criado, as velhas estruturas de poder político, económico e financeiro com que agora lutamos, que foram construídas na base do ego, da ganância, da inveja e do poder. Para que o possamos fazer, temos de ser confrontados com as nossas sombras, com o que está mais profundo em nós, as frustrações que são materializadas, que nos levam aos nossos limites e nos pedem uma maior comunhão entre a matéria e o espírito. O que isso tem a ver com cada um de nós, podemos perguntar, mas a resposta é simples. Porque embora o processo de ascensão tenha como propósito o colectivo, a verdade é que ela começa em cada um de nós, com a mudança que cada um faz em si mesmo e que, depois, se reflecte no Todo.