Ao longo da nossa vida, assim como também no decorrer das várias etapas que passamos pelo planeta Terra, nas nossas várias encarnações, a nossa alma vai experienciando, vai trabalhando sobre si mesma, retornando ao espírito essa mesma vivência, amplificando o Todo num processo contínuo de expansão e crescimento. Neste processo de continuidade, se há partes da nossa alma que crescem e se transformam, outras perdem-se e outras, ainda, são aprisionadas por vivências mais ligadas ao ego. Porém, quando, nesta vida, começamos a percorrer o nosso caminho, essas parcelas perdidas, essas partes de nós que precisam de ser curadas, vão-se manifestando, vão-nos mostrando as necessidades de resgate da nossa essência, da nossa centelha divina.
Nos últimos dias, muito graças a um alinhamento de planetas nos céus, formando uma cruz em energia mutável, tenho contactado com muitas pessoas que começam a sentir algo em si que as puxa para a necessidade de serem elas mesmas, de recuperarem partes do seu ser, de se reencontrarem com a sua essência. A Cruz, uma estrutura composta por oposições e quadraturas, é uma partilha de energia poderosa e desafiadora, ao mesmo tempo que profundamente libertadora, e ao dar-se em signos de energia mutável, pede-nos que tomemos consciência do caminho feito, das vivências tidas, de todas as experiências, e que sejamos capazes de as readaptar, de forma a transformarmos aquelas áreas da nossa vida que estão a precisar de cura, seja ela de que natureza for.
Então, a vida empurra-nos para a consciência dos nossos padrões, para as manifestações do nosso ego, para as prisões que construímos à nossa volta, que carregamos de vidas para vidas na necessidade de as trabalhar, não como um castigo, mas como a forma de podermos compreender a nossa unicidade, a beleza profunda da nossa alma encarnada, e, nesse trabalho, sublimarmos a nossa energia numa evolução profunda. Quando começamos a sentir nos nossos pensamentos, no nosso coração, até mesmo, e de forma bem mais grave, no nosso corpo físico, os eventos dos nossos padrões, da nossa falta de amor, da nossa falta de fé, da fuga que tantas vezes fazemos a quem, realmente, somos, pelas mais diversas razões, pelos nossos medos, pelo nosso ego, a alma, através dum trabalho conjunto entre nós e todos aqueles que nos acompanham, encarnados e desencarnados, inicia um processo de consciência que tem como objectivo único o seu próprio resgate e a sua manifestação aqui na Terra, de forma a cumprir o propósito que escolheu.
Um processo psicológico, mental ou emocional, assim como um processo físico, são uma forma de alerta da nossa alma, um grito, um despertar para a vida. Neste momento, enquanto, nos céus, Plutão forma um trígono, um aspecto de fluidez energética, com o Nodo Norte e com Júpiter, tudo ganha forma e visibilidade, nomeadamente no interior de nós mesmos, seja a consciência, as emoções ou o corpo, e o grito ecoa pelo nosso ser, pedindo-nos que nos libertemos das amarras do ego, dos pressupostos materiais, das prisões que, sejamos honestos, criámos em nós mesmos, à nossa volta, e que tantas vezes colocamos como responsabilidade de outros. Se formos capazes de o fazer, recuperamos mais uma parcela da nossa alma, resgatamos mais uma parte do nosso ser, curamo-nos a nós mesmos e assumimos a consciência da divindade que nos criou, que é uma parcela de nós, que, na verdade, somos.
No fundo, o momento que agora vivemos, muito amplificado pela Lua Nova de há três dias, que, sem dúvida, está inserido em todo o processo que temos vindo a falar, é o de nos colocar nas mãos a possibilidade de fazermos um resgate da nossa alma, recuperando e curando parcelas da nossa essência, aproximando-nos, cada dia mais, do seu mais belo esplendor. Na verdade, e também numa curiosa e peculiar beleza que ultrapassa tudo o que alguma vez vimos, vemos ou veremos à face da Terra, ao recuperarmos essas mesmas parcelas, limpando-as e curando-as, assimilando-as de novo no nosso Eu, resgatando-o e também o curando, compreenderemos que não somos mais os mesmos que um dia conhecemos, que a nossa alma evoluiu, cresceu, graças à sua vontade de ser mais do que ela mesma, de levar para a Fonte, para o Todo, todo o seu processo, partilhando-o e, em conjunto com tantos outros processos, expandindo o Universo para novas dimensões.