Um novo ano traz-nos sempre um renovar de propósitos, de vontades, de desejos. Efectivamente, é apenas um tempo que passa, um dia que sucede a outro, como sempre é em cada nova aurora. No entanto, um novo ano também contém em si um novo ciclo, uma nova energia, que nos traz novos desafios, novos caminhos e novos degraus para subirmos. Este último ano foi intenso e muito desafiador para cada um de nós, no mundo que nos rodeia, mas a verdade é que quando mais difícil é de subir um patamar, mais importante ele é e maiores recompensas poderemos encontrar e obter. É preciso agora aprendermos com todos os desafios e caminhos trilhados, integrar essa experiência e o conhecimento de nós próprios que eles nos trouxeram, mas, ao mesmo tempo, passar para cada dia essa vivência de um novo ciclo, de uma nova oportunidade que precisamos de abraçar com toda a nossa força.
É neste sentido que as Conexões para a energia dos Signos trazem-nos, em conjunto com a energia do Tarot, mensagens, orientações e ideias para as doze dimensões do Ser que estão sempre a operar connosco. Através destas conexões, poderão ver a mensagem quer para o Signo Solar (o “nosso” signo), quer para o Signo Ascendente (se for diferente), e compreender ainda melhor o trabalho a fazer durante este ano! A força energética do novo ano pede também um trabalho diferente e, por isso, este ano, as conexões trazem uma novidade, e cada um dos signos, para o ano, terá uma orientação conjunta de um Arcano Maior e de um Arcano Menor, que trarão a dimensão completa do desafio que é proposto durante os 365 dias de 2017.
2017
Depois de um ano tão movimentado como 2016, o novo ano traz-nos uma nova energia, ligeiramente mais suave, que nos irá permitir recuperar um pouco do embate e dos desafios destes últimos meses. No entanto, não pensemos que tudo serão rosas ou facilidades, bem pelo contrário, o caminho continua forte e importante, pois todo o percurso que estamos a fazer é de transformação e mudança, o que, tantas vezes, implica cortes, quebras e quedas. Por isso se torna tão interessante que tenhamos, como energias de aprendizagem para este novo ano A Torre e o Pajem de Ouros. Se 2017, em termos de numerologia aplicada ao Tarot, é um ano que está ligado ao número 10, a energia da Roda da Fortuna, com forte influência do 17, A Estrela, este promete ser um ano de melhorias globais, de menos pressão e de maior paz, mesmo que aparente. Poderá, realmente, não ser um ano tão rápido (ainda que também não seja lento) como os anteriores, pois estas energias pedem-nos reflexão e responsabilidade face a tudo o que já vivemos, exigindo-nos também o compromisso de assumirmos o caminho das nossas vidas e o abraçar da nossa verdadeira identidade, do nosso propósito de vida. Em cada Estrela existe um processo precedente de Torre e, por isso, faz tanto sentido que esta carta venha orientar-nos no global pelos próximos meses. Se tanto foi vivido nestes tempos, se tanto nos foi mostrado e ensinado, então é tempo de percebermos que a vida só deita abaixo o que não tem força nem estrutura para ficar de pé. Assim como os ventos fortes, as tempestades e os tornados que passam num campo não levam as árvores bem enraizadas, fortes e sólidas, ainda que as possam danificar, também a Torre não deita abaixo aquilo que realmente pertence ao nosso propósito de vida, ao nosso caminho. É preciso compreender que tudo o que os desafios dos últimos meses nos mostraram que já não precisamos, que já nada nos acrescenta, que apenas é fruto do nosso ego, carências e medos, é preciso deixar cair, mandar abaixo, quebrar e soltar, permitindo-nos sentir a libertação desses pesos que carregamos sem necessidade alguma. Quando tal o fizermos, permitiremos que a energia do Pajem de Ouros se possa manifestar, mostrando-nos que as coisas boas só podem chegar até nós quando o espaço não está ocupado, revelando-nos as bênçãos que o Universo tem para nos dar, aquelas que a própria energia do ano nos promete, se soubermos largar os medos, as dúvidas e as carências. Ainda que não saibamos o que irá passar-se ou acontecer, ainda que não tenhamos controlo sobre a situação, é preciso perceber que o que nos é pedido é domínio, é foco e que nos centremos em nós mesmos, no nosso caminho, no que precisamos e merecemos para as nossas vidas. Se não formos capazes de o fazer, então essas mesmas coisas cairão em cima de nós, trazendo-nos mais dor, mais sofrimento, mais trabalho para sairmos dos escombros que nós próprios escolhemos que caíssem em cima de nós. Nem sempre certas decisões são fáceis, mas, por norma, as mais duras e difíceis são aquelas que contêm em si a força mais libertadora. O caminho, daqui para a frente, vai-se tornar cada vez mais intenso e íngreme e, cada um de nós, tem de perceber que, se levar bagagem a mais, se carregar uma mochila demasiado pesada, cheia de coisas que não são nossas, dificilmente chegaremos ao topo da montanha.
A energia de Carneiro tem vivido, nos últimos anos, um forte trabalho de desconstrução de estruturas, com muitos desafios e degraus a subir, muitas barreiras e obstáculos a deitar abaixo. Úrano tem transitado pelo nosso signo e desde 2016 que está, em definitivo, no último decanato, o que significa que agora é tempo de aplicar as lições todas aprendidas, mudar tudo o que já percebemos que necessita de mudança, mas também quebrar e rasgar os padrões, hábitos, medos, receios e todas as estruturas que são ainda necessárias. No entanto, e embora tenhamos de o fazer, mais uma vez, o Universo incita-nos a uma certa calma, a largar as necessidades de controlo e a permitir que a vida nos leve no seu ritmo próprio, mostrando-nos o caminho a cada instante. A Estrela e o 8 de Ouros são uma combinação muito forte e positiva que nos irá orientar durante todo o ano. É um ano de muito trabalho, sem dúvida, de muita entrega e dedicação ao que pretendemos, ao que acreditamos que merecemos, e este será um ponto muito importante de todo o ano. É tempo de acreditarmos verdadeiramente em nós, mas também de aprendermos que toda a construção leva o seu tempo, que depois das grandes provações e dos grandes obstáculos, não podemos correr logo para novas batalhas, pelo contrário, precisamos, sim, de parar, de descansar um pouco, de repormos as nossas energias, apurar as nossas técnicas, aprimorar as nossas armas, pois só assim estaremos preparados para enfrentar novos caminhos. O grande guerreiro sabe que há um tempo para lutar, mas também há um tempo, igualmente importante, para parar, tirar a armadura, curar as feridas, recuperar o ânimo, redefinir estratégias e rever caminhos. Muitas vezes, na ânsia de querer tudo rápido, chegar primeiro, ver logo resultados, esquecemo-nos que mais importante do que atingir um qualquer objectivo é a aprendizagem que o caminho para chegar até ele nos dá. Tantas vezes, ao criarmos um propósito, ao pretendermos atingir algo, focamo-nos tão intensamente nesse objectivo que passamos a viver obstinadamente para ele, esquecendo-nos que para lá chegar precisamos de dar um passo a seguir ao outro, passando a viver no futuro e dando espaço a que os medos se transformem em monstros e nos bloqueiem. Quando nos recordamos desse mais básico princípio, começamos a valorizar e a nos entregarmos de coração, celebrando cada passo do caminho, compreendendo que a cada passo o nosso objectivo se torna mais real e que, tantas vezes também, o próprio objectivo se transforma à medida que percorremos o caminho, ajusta-se à realidade e dá-nos mais do que necessitamos e menos do que idealizámos. Perante todo o caminho que já percorremos, a Estrela pede-nos para deixarmos o Universo fazer a sua parte, mas, para tal, precisamos de largar tudo o que nos possa ainda prender, despojar-nos das amarras que ainda nos possam impedir de avançar, alimentarmo-nos, não daquela energia impulsiva que se consome muito rapidamente, mas sim de uma dedicação a nós mesmos, a um trabalho interior de vermos e revelarmos a nossa própria Luz, a mostrarmos a nossa Centelha Divina e sermos, verdadeiramente, únicos.
Touro
Quando abrimos o nosso coração e o deixamos falar, encontramos uma nova dimensão da nossa existência, permitirmo-nos sentir e começamos a compreender o verdadeiro caminho da nossa vida. No ano que passou, o desafio que nos foi trazido foi, precisamente, o de deixar o coração falar e tomarmos decisões importantes para as nossas vidas. Por isso, não será de admirar que este ano a energia de Touro tenha alguns desafios, pois sempre que fazemos escolhas e tomamos decisões, em consciência com a nossa verdade, com a nossa natureza, somos confrontados com a necessidade de reforçamos a nossa vontade, direccionarmos a nossa energia em prol do que acreditamos e, ainda que o caminho seja, por vezes, sinuoso, continuar em frente. A energia do Dependurado e da Rainha de Espadas são fortes, duras e, aparentemente, um pouco antagónicas. No entanto, o que elas nos pedem são duas parcelas duma mesma questão. Por vezes, o nosso carácter mais terreno e prático faz-nos ser muito dogmáticos, fechados e teimosos, nomeadamente quando tomamos uma decisão importante ou quando temos um objectivo definido. Se os últimos tempos nos trouxeram escolhas, decisões e necessidade de foco, é muito natural que, instintivamente, muitas vezes como uma protecção, assumamos uma postura mais fria e mais rígida. Contudo, o que nos será pedido durante este ano é que olhemos a nossa vida com um outro olhar e assumamos os caminhos que as nossas escolhas nos pedem, muitos deles carregados de algum sacrifício, de dedicação e entrega absoluta. Quando sabemos o que é melhor para nós, e de coração aberto nos propomos a dar esses passos, sabemos também que nada nem ninguém nos poderá tirar desse caminho, e é essa certeza que devemos manter, ainda que, muitas vezes, tenhamos que ver a vida noutra perspectiva, parar um pouco e compreender o porquê de certas coisas. Muitas vezes também, aos olhos dos outros as nossas decisões são incompreensíveis, desajustadas ou até injustas, mas quando as tomamos de coração, como nos tem sido pedido, há uma razão que é interior, profunda, mas absolutamente necessária, pois colocamo-nos em primeiro lugar nas nossas vidas, escolhemos o que nos faz bem, o que nos traz felicidade, libertamo-nos do que ainda nos aprisiona. Manter o foco no que é melhor para nós não implica que não sejamos capazes de ouvir os outros, as suas opiniões e, principalmente, os seus sentimentos, ainda que tenhamos de ter a certeza de que, o que daí derivar, tem de continuar a estar em sintonia com o que acreditamos. Não nos podemos também esquecer que os obstáculos, as dúvidas e as provas são uma constante quando decidimos cortar com padrões, com hábitos e vícios, quando aprendemos a dizer não, a fazer o que o nosso coração nos pede, quando escolhemos ser feliz. A nossa postura perante esses obstáculos e provas nunca pode voltar ser a da frieza absoluta, da defesa de quem somos, tantas vezes característica do nosso signo, pois já não precisamos disso, não necessitamos de tal energia nas nossas vidas. A certeza que o coração nos dá precisa de barreiras levantadas, defesas, afastamentos ou recolhimentos, pelo contrário, necessita que nos mantenhamos de cabeça erguida, corações ao alto, cientes de que a felicidade não é um objectivo, mas sim um caminho que se faz em cada dia, passo a passo, em direcção à nossa essência.
Gémeos
A energia de Gémeos é, tal como no ano que passou, uma das que maiores desafios terá. No entanto, quanto maior o obstáculo e a provação, maior também o potencial de crescimento e desenvolvimento que daí advém. Saturno continua, durante praticamente todo o ano, a fazer oposição à energia de Gémeos, trazendo-nos desafios de aprendizagem muito profundos, alguns deles, com toda a certeza, nada simples ou fáceis, mas todos muito importantes. Este será, sem dúvida, um ano importante para a nossa energia, uma espécie de concluir de aprendizagens, escolhas e decisões tomadas nestes últimos tempos, que tomam agora uma proporção mais profunda, uma proporção de Alma. A combinação de energias que nos irá orientar neste ano, trazida pela carta O Julgamento e pelo 8 de Copas é muito intensa e forte, pedindo-nos que saibamos fazer algo que nem sempre é linear para nós. Chegou o momento de reforçar as escolhas dos nossos caminhos e elevá-las até à dimensão da nossa Alma. Já não nos podemos ficar por escolhas sem grande profundidade ou por caminhos volúveis, é o tempo de assumirmos o compromisso perante nós mesmos, e apenas por nós, do caminho que queremos percorrer nas nossas vidas, e no mesmo sentido aceitar nas nossas mãos a responsabilidade de cada passo que tal implica. O Julgamento recorda-nos da necessidade de compreendermos que todo o caminho feito só pode ganhar uma nova proporção quando deixamos de fugir de quem somos, do que é realmente o nosso percurso, o nosso propósito, mas tal implica deixar para trás aquilo que já não nos pertence, aquilo que, independentemente de parecer ou estar bem ou direitinho, na verdade, já nada nos acrescente, já não nos permite crescer, não é apenas peso a mais que carregamos na nossa mochila. Quando queremos escalar a montanha, crescer e evoluir, não podemos carregar mais do que o necessário, mais do que é o essencial, sob pena de não conseguirmos cumprir o propósito que nos colocámos. No entanto, o desafio de libertação que nos está a ser colocado comporta algumas dificuldades, pois reside numa área que, nem sempre, é muito fácil para nós. Este ano pede-nos que larguemos as mochilas emocionais, ou seja, os padrões e hábitos que derivam das nossas carências, bloqueios e receios, da necessidade de contermos em nós tudo, da dificuldade de sabermos colocar travões, dizer um “não” no momento certo, recusar o que não nos faz bem, ainda que, para isso, tenhamos de contrariar algumas pessoas. Para o fazermos, não podemos continuar a recorrer apenas à nossa racionalidade, como no ano que terminou nos foi mostrado. É preciso também abrir o nosso coração, não para fora, como habitual, mas para dentro de nós mesmos, iluminando algumas sombras que temos insistido em não ver, permitindo-nos compreender e aceitar essas verdades, por vezes árduas e duras, aprender com o nosso caminho, com a experiência e libertarmos a nossa força. Se formos capazes de nos vermos através do olhar do nosso coração, conseguiremos aceder ao que a nossa Alma nos pede e tornaremos mais simples a nossa caminhada. No final, tudo depende das escolhas feitas, das decisões tomadas, da responsabilidade que colocamos em nós e, principalmente, a parte mais difícil, o compromisso que assumimos perante nós mesmos de não sair do nosso caminho e aceitar o que ele nos trouxer.
Caranguejo
A energia de Caranguejo tem, para este novo ano, um enorme potencial de criação e crescimento, que, como é óbvio, pede também desafios. Plutão, em oposição à nossa energia, tem-nos mostrado e ensinado muito, mas também, e principalmente agora, que já passou metade do signo, tem-nos dado a capacidade de nos transformarmos, de escolhermos o que realmente pretendemos para nós e potenciarmos o nosso crescimento. Com todos os desafios que nos têm sido colocados, muito nos tem sido ensinado e, idealmente, muito temos aprendido, mas agora também é tempo de pôr em prática e criar mais para nós e para as nossas vidas. A energia da Imperatriz é uma das mais emocionais e criadoras do Tarot, e é ela que nos irá guiar por este ano, juntamente com outra extraordinariamente positiva carta, o 10 de Ouros. Nas nossas mãos é-nos colocado, a cada momento, o poder de sermos co-criadores da nossa própria vida, mas tal só pode acontecer quando aceitamos o desafio e o propósito de cuidarmos de nós mesmos, de nos amarmos, de sermos verdadeiros e sinceros connosco próprios. Amar-nos não é o resultado de amarmos os outros, ainda que eles sejam o espelho de nós mesmos, estarmos bem connosco não é o reflexo de cuidarmos dos que nos rodeiam, mas sim o inverso, é o reconhecimento que sem me amar e sem de mim cuidar, não serve de nada tentar dar algo aos que partilham da vida comigo, pois o que darei nada será a não ser ilusão. Quando sou capaz de amar quem sou, de cuidar de mim, não só cuidarei e amarei o outro, como também abro as portas do meu ser para receber o que o Universo tem para me dar. Ambas as cartas que nos regem este ano são possuidoras de grandes focos de prosperidade e crescimento, mas recordam-nos constantemente que essa energia tem de estar em sintonia com a nossa Natureza, tem de provir de onde reside a nossa essência, do nosso coração, pois é ele quem nos mostra tudo o que precisamos de ver. É desta certeza que nasce o maior desafio que nos é colocado este ano, que, embora o estejamos a viver já há algum tempo, nomeadamente com o trânsito de Plutão em oposição ao nosso signo, se tornará mais visível nestes tempos, o de compreendermos o que realmente queremos plantar, alimentar e ter nas nossas vidas, o que realmente é pertença do nosso caminho e o que é fruto do nosso ego, das nossas carências e ilusões. É preciso saber ver para além do que é óbvio, e tal só é possível quando o coração fala e nós o ouvimos, quando deixamos de nos proteger e de fugir de quem somos, é preciso saber que a maior riqueza não é a que determinadas coisas da dimensão terrena nos dá, como luxos materiais, bens ou outras aparências, mas sim a própria vida, carregada de sentido e propósito, onde nos cumprimos em cada momento, onde nos damos, mas também nos permitimos receber. Talvez este seja o grande desafio deste ano para a nossa energia, o aprendermos a receber, antes de dar, o aprendermos a abrir as portas do nosso coração antes de nos disponibilizarmos a sermos o que achamos que os outros necessitam. Apenas dessa forma, sem dúvida, seremos merecedores de toda a prosperidade que a Imperatriz e o 10 de Ouros têm para nos dar.
Leão
O último ano foi desafiador, mas, ao mesmo tempo, de grande capacidade de crescimento, pedindo-nos mudanças, transformações, mas, acima de tudo, o reconhecimento da nossa própria essência, da nossa Centelha Divina, o acreditar em nós mesmos e nas nossas capacidades. Esse trabalho não terminou, muito pelo contrário, apenas, na verdade, começou, mas este ano a etapa que nos é trazida tem uma energia substancialmente mais leve. A Força será a energia que, conjuntamente com o 10 de Espadas, nos orientará durante este próximo ano. A Força é uma energia que, no Tarot, tem uma forte afinidade com o nosso signo, a energia da coragem, da persistência, do nosso brilho interior, aquele que conseguimos libertar quando abrimos o nosso coração e deixamos que quem somos possa mostrar-se sem barreiras, sem defesas nem receios. O que o último ano nos mostrou é que já não necessitamos de mais máscaras, de estarmos sempre à defesa e de mostrarmos sempre que somos fortes. O que os últimos tempos nos permitiram ver é que a verdadeira força é a que emerge de um coração que brilha, que se ama, que se cuida, que se mostra como é, que não tem medo de revelar a sua beleza com profunda e enorme humildade, entrega e dedicação. Contudo, o que o 10 de Espadas nos recorda é que, se queremos realmente mostrar quem somos, precisamos, primeiro que tudo, de largar os nossos dramas pessoais, os nossos medos e receios, aqueles padrões mentais que, tantas vezes, nos dificultam a vida e nos impedem de avançar. Por muito difíceis que tenham sido os caminhos percorridos, por muito duros que ainda alguns deles pareçam estar a ser, quando deixamos o nosso brilho interior mostrar-se, vamos compreender que muitas das pedras que nos pareciam gigantes, nada mais são do que pequenos seixos, e que outros, facilmente, deitamos abaixo. Este novo ano pede-nos coragem para continuarmos a ser quem somos, a preservar a nossa identidade e a mostrar a nossa essência, pede-nos que sejamos capazes de o fazer sem dar força ao ego, sem arrogância, sem nos sobrepormos seja a quem for, principalmente a nós mesmos, ao nosso ritmo. No entanto, é preciso continuar a caminhar, é preciso seguir em frente, e esse será um dos maiores desafios que nos será colocado, o de conseguirmos integrar essas variáveis, a aceitação do nosso ritmo com o imperativo de avançar, o mostrar o nosso brilho e, ao mesmo tempo, vermos os nossos medos, dramas e questões, o de sermos nós mesmos sem deixarmos de dar aos outros de quem somos. Este desafio torna-se mais simples quando conseguimos dar importância apenas ao que realmente tem importância, desligarmo-nos do que não é relevante, do que já não nos acrescenta nada, do que podemos e devemos dispensar das nossas vidas. Quando carregamos em nós tais pesos, o caminho torna-se mais difícil, mais árduo, pois transportamos connosco o que não é nosso, levamos aos ombros as questões de outros, na tentativa de sermos reconhecidos, amados ou acarinhados. No entanto, o que este ano nos pede é que sejamos capazes de ver que quando tal fazemos, esgotamo-nos e limitamos todo o potencial que temos em nós e, seguramente, tal poderá não ter o melhor resultado perante o nosso propósito.
Virgem
O último ano trouxe à energia de Virgem um grande impulso de crescimento, o reconhecimento da nossa identidade, do nosso potencial, a libertação de muito do que ainda nos poderia estar a prender. Ainda que haja muito trabalho pela frente, e este ano será pródigo nisso, a verdade é que o caminho percorrido já nos mostrou muito sobre nós, já nos abriu portas que nem sequer sabíamos existirem, já nos deu inúmeras bênçãos. Agora, é tempo de reconhecer todos os passos já dados, tudo o que nos foi oferecido e de sermos por isso, e também a nós mesmos, gratos, mas de nos prepararmos também para uma nova e importante etapa. O desafio que é trazido pelo Tarot para a energia de Virgem é um dos mais duros deste ano. Com Neptuno a fazer oposição à nossa energia, e ainda por alguns anos, ao mesmo tempo que Saturno nos faz quadratura durante todo o ano, é tempo de compreendermos que tudo o que temos percorrido tem um enorme propósito, o da nossa profunda transformação e da manifestação da nossa verdadeira identidade, o assumir do nosso caminho em toda a sua envergadura e magnitude. Este é o grande desafio que o Tarot nos traz através das energias orientadoras da carta A Morte e do 7 de Espadas. Embora não seja uma combinação fácil nem simples, pois são duas energias que nos pedem um rasgar de padrões e uma transformação profunda de coisas que estão enraizadas na nossa natureza humana mais básica, este desafio permite-nos complementar todo o trabalho que tem sido feito e elevá-lo de forma muito luminosa. Ao longo do nosso caminho somos confrontados com escolhas, com decisões, umas delas mais importantes e difíceis, outras mais simples, e, na verdade, este ano seremos levados a olhar para nós, para os passos dados e para as decisões já tomadas, e permitirmo-nos mudar, definitivamente, aquilo que precisamos de mudar, deixar morrer velhos hábitos, padrões e medos, dúvidas e receios, e permitirmo-nos renascer, mostrando e assumindo quem somos, o nosso propósito, a nossa essência. Se isto é importante, fulcral é a verdade com que o fazemos, o sermos honestos connosco mesmos, com todos os que nos rodeiam e com o nosso caminho, largarmos as máscaras da crítica e abrirmos o nosso coração à profunda manifestação da nossa Centelha Divina. Tão importante quanto isto é não cedermos à tentação da expectativa, da autoexigência gratuita e diminuidora das nossas capacidades, do constantemente nos considerarmos menos do que somos, menos merecedores de todas as coisas fantásticas que a vida, na sua plenitude, tem para nos dar. Esta grande transformação que nos é pedida é a transformação da consciência que temos sobre nós mesmos, sobre o nosso percurso e sobre tudo o que temos para dar. Se o soubermos fazer, iremos, com certeza, trazer até nós aquilo que desejamos, mas apenas porque o merecemos, pois saberemos reconhecer que a maior força que existe em nós é a da nossa verdadeira face, de tudo o que somos e que nada mais nos é pedido.
Balança
Com Júpiter a transitar pelo nosso signo durante maior parte do ano, Balança tem uma das mais promissoras energias disponíveis para trabalhar nos próximos meses. Depois de um ano um pouco mais calmo, mas ainda desafiador, com importantes degraus a serem subidos, este ano vai-nos dar a possibilidade de avançar um pouco mais no que pretendemos para as nossas vidas e colher os frutos do investimento que temos feito em nós mesmos. Quando sabemos qual o nosso caminho, quando temos a certeza do que pretendemos, e quando isso está alinhado com o nosso propósito, todas as portas se abrem, todos os trilhos são desimpedidos para que possamos dar cada passo a que nos propusemos. Tal não implica que não existam obstáculos a ultrapassar, questões a resolver, mas a certeza do nosso propósito dá-nos a força necessária para conseguirmos encarar qualquer desafio. No fundo, é esta a certeza que o O Carro e a Rainha de Ouros nos irá trazer, numa combinação de energias tão forte e positiva que, com toda a certeza, nos irá ajudar a cumprir o nosso caminho. A certeza de um caminho e de um propósito dá-nos a força e o impulso que necessitamos para avançar, e isso não nos irá faltar nestes tempos, pois seremos, de alguma forma, auxiliados pelo que nos rodeia, pelas condições que nos envolverão. No entanto, não nos podemos esquecer que a verdadeira fonte da nossa força, o alimento da nossa determinação, é o nosso coração, é a forma como cuidamos de nós, como nos amamos e como nos damos e à nossa essência. Embora a energia que nos regerá durante este ano seja muito positiva e nos impulsione nos nossos propósitos e nos nossos desejos, a verdade é que também é uma combinação que nos desafia a nunca nos esquecermos que a nossa essência é emocional, que a nossa vontade e a nossa determinação nada são sem o amor que colocamos em tudo o que fazemos, em tudo o que damos, em tudo o que somos. Quando deixamos tal verdade de lado, apagamo-nos nos que nos rodeiam, anulamo-nos ao primeiro desafio, ainda que, aparentemente, o façamos em prol do outro, deixamos de ser quem somos para ser outra coisa qualquer, o que, mais cedo ou mais tarde, nos deita abaixo e nos derrota. Recordemo-nos que, para dar, há que saber receber, há que abrir os braços e deixar chegar até nós o que tanto procuramos, há que honrar a natureza do nosso signo, o propósito de equilíbrio e de justiça, mas, para tal, temos de, primeiro, aplicá-lo em nós mesmos. É desta forma que conseguiremos criar nas nossas vidas aquilo que temos desejado dentro de nós, aquilo que temos planeado na nossa mente, mas que, tantas vezes, duvidamos de sermos capazes, pomos em causa de conseguirmos. Nestes tempos que vamos viver, é importante recordarmo-nos que tudo o que nos propomos, de coração aberto, com humildade, entrega e dedicação, torna-se real quando deixamos a nossa essência criadora, emocional e cuidadora manifestar-se, quando sabemos ser gratos ao Universo pelo que ele nos traz.
Escorpião
O ano que passou trouxe-nos muitos desafios, muitos ciclos que precisaram de ser fechados, muitos assuntos a serem resolvidos. Alguns foram mais simples, outros bem mais complexos, mas a verdade é que essa é a nossa natureza, a de morrer e renascer, continuamente, libertando-nos, em cada momento, de tudo o que ainda nos possa prender ou impedir de avançar. Este ano, a energia de Escorpião tem um dos maiores desafios trazidos pelo Tarot, o desafio de assumir, depois deste período de maior dureza, o nosso verdadeiro poder pessoal, impulsionando-nos para a libertação de mais amarras e para a resolução de uma série de questões que ainda sentimos estarem pendentes, preparando-nos para a entrada, em Outubro, de Júpiter no nosso signo, trazendo-nos a capacidade de nos expandir-nos, de nos regenerarmos. O Diabo e o 6 de Espadas, as cartas que nos irão reger neste ano, têm um propósito muito bem definido, o de compreendermos que não nos podemos agarrar ao passado, ao que já vivemos, à dureza de muitos dos processos que já vivemos, mas sim usar a força que adquirimos para, a seu tempo, irmos resolvendo tudo o que ainda possa precisar de ser resolvido. O maior poder que podemos adquirir é o do verdadeiro desapego, o que nem sempre é muito fácil para a nossa natureza. Desapego não é esquecer ou tornar irrelevante, é sim compreender que não precisamos mais de viver numa vibração que apenas nos impede de evoluir, de nos tornarmos mais fortes. No entanto, a nossa natureza é a do sentimento profundo, algo que na Terra é mais fácil de ser vivido com a intensidade da dor e do sofrimento. Tal pode tornar-se perigoso quando não sabemos o momento certo de parar e de olhar para nós, de limpar as feridas, de nos permitirmos curar e regenerar, e tal só é possível quando deixamos de viver na ansiedade e na intensidade e passamos a viver na nossa própria cadência, respeitando o nosso corpo físico, a nossa Alma, o que o coração nos fala e nos pede. Um dos grandes desafios que esta carta nos traz é a necessidade de deixarmos as nossas defesas de parte, manifestadas pela mente activa, que se protege a cada momento, que nos coloca em ritmos, padrões e hábitos que, com o passar do tempo, tornam-se destruidores. Este é um tempo de calma, de cuidado, de amor, pois só quando olhamos para o nosso coração, com a serenidade da nossa Alma, da nossa essência, poderemos ver cada ferida que ainda precisa de ser sanada, poderemos limpar cada situação que ainda pede atenção e dedicação, poderemos regenerar e, de alguma forma, renascer. É nesta postura, nesta atitude, que nem sempre é fácil para a nossa energia, pois implica uma forte vulnerabilização, que poderemos recuperar as forças para subir os degraus da nossa caminhada. No entanto, se insistirmos em manter os velhos padrões, em não sermos sinceros, humildes, honestos e directos connosco, em largar os processos de manipulação, de carência e controlo, iremos afundar ainda mais neles, pois quando Júpiter entrar no nosso signo, ele vai expandir o que existir, vai amplificar o que estivermos a cultivar em nós, e da mesma forma como ele elevará o aroma das mais belas flores, também espalhará o nauseabundo cheiro do lixo. Então, cabe a nós escolhermos o caminho a percorrer, tendo em conta o que nos tem sido mostrado e transmitido, o que agora é, verdadeiramente, crucial para deixarmos a beleza da nossa essência mostrar-se.
Sagitário
A energia de Sagitário tem, à semelhança do ano que passou, uma excelente energia em potencial. Com Saturno a transitar pelo nosso signo durante praticamente todo o ano, ainda há muito trabalho a fazer, muita tomada de consciência, muita responsabilidade a assumir, mas, acima de tudo, há um novo ciclo para iniciar, pois se os últimos meses trouxeram potencial, mas sempre a custo de alguma (quando não muita) dureza e desafios, eles também nos mostraram a nossa verdadeira força, fizeram-nos ver o que realmente queremos para nós, e agora, sim, é tempo de nos permitirmos vivenciar um novo início, um novo ciclo. Esse é o grande propósito do Mago, a carta que, conjuntamente com o 7 de Copas, nos irá orientar durante este ano, pedindo-nos que sejamos capazes de criar nas nossas vidas o que realmente queremos, de compreender que, agora, temos de olhar para a nossa vida como uma tela em branco e começar a dar os passos necessários em direcção à nossa própria felicidade. Para tal, não nos podemos esquecer que temos de estar focados, temos de sair da sombra dos nossos medos e receios, nomeadamente de tudo o que se remete para o campo material. Abrir caminhos significa também abrir o coração a nós mesmos, viver as nossas emoções e ajustá-las com o nosso pensamento, pois só assim poderemos criar uma estratégia, escolher cada passo a dar, dar forma a cada desejo, a cada ideia, a cada vontade. Se Sagitário é o signo da Fé por excelência, este é o ano para o demonstrar, compreendendo que a verdadeira Fé não é a que se remete ao que está para lá de nós mesmos, num Universo distante ou noutras dimensões, mas sim o acreditar em nós, nas nossas capacidades, na nossa força, na nossa determinação, engenho e vontade. Só quando acreditamos em nós é que temos a capacidade de deitar abaixo as ilusões, os medos e receios, passando a vibrar na nossa verdadeira essência, a de co-criadores da nossa própria realidade, do nosso próprio caminho. Este ano é isso que nos é pedido, que consigamos deitar abaixo essas barreiras, nomeadamente as da nossa mente, que nos orientemos para o que sabemos, pelo menos neste momento, e em cada momento, que é o passo a dar. Uma das grandes aprendizagens deste ano é, precisamente, a de viver o momento, o agora, de saber que para atingir um determinado propósito é preciso ter o foco para lá chegar, ao mesmo tempo que sabemos, exactamente, qual o passo que é necessário de dar agora, neste momento, pois esse, sim, é o mais importante. Quando largamos a vivência de um futuro, libertamo-nos das ilusões, dos receios e medos e permitimo-nos viver o que realmente é valioso, permitimo-nos ver a beleza do que existe agora e que precisa de ser aproveitado e vivenciado. Não nos podemos esquecer que de pouco serve querer tocar as estrelas do céu, sem sequer nos apercebermos da beleza das flores que estão mesmo ao nosso lado. Então, saibamos não viver nas hipóteses, nos “se’s”, na ilusão, mas saibamos, sim, criar, em cada dia, a nossa própria felicidade.
Capricórnio
A passagem de Plutão pela energia de Capricórnio, desde 2008, não tem deixado, de todo, ninguém indiferente. Como uma morte profunda que tem como grande propósito um renascimento, uma regeneração, nos valores do nosso signo, da nossa existência, do nosso caminho, os últimos anos têm sido desafiadores e reveladores. No entanto, como metade do percurso já está feito, agora é tempo de rever conceitos, aprender com o caminho já percorrido, reajustar e reequilibrar grande parte do que foi remexido, mas sem esquecer que tal só é possível quando honramos a natureza da nossa energia, o compromisso e a responsabilidade de fazermos o nosso verdadeiro caminho. Neste sentido, Capricórnio tem uma das mais promissoras energias para trabalhar durante este ano. A Justiça, em conexão com o Ás de Ouros, irá orientar-nos por estes meses num processo de reajustamento profundo que visa, primeiro e acima de tudo, olharmos para dentro de nós e reconhecermos o nosso valor, as nossas capacidades, o nosso enorme potencial. Estes próximos meses trazem-nos um tempo de balanço, de reorganização e reestruturação, um tempo que nos pede calma e ponderação, mas também foco e acção, não só dentro de nós, no seguimento do trabalho que andámos a fazer nos últimos anos, mas também começando a mostrar o que realmente pretendemos, o que realmente queremos construir agora, depois de todas as aprendizagens e processos que vivemos. Este tempo é importante, pois quando Saturno, mesmo nos últimos dias do ano, entrar no nosso signo, onde se sente em casa, ele vai dar-nos a estrutura necessária para construirmos tudo o que, de forma correcta, for definido e orientado. Recordemo-nos que a verdadeira justiça manifesta-se quando, independentemente do que estivermos a viver, somos correctos connosco, quando estamos focados em nós mesmos e revelamos a nossa verdadeira essência, quando compreendemos que a verdadeira e maior riqueza é a que existe dentro de nós e que só quando ela se mostra é que poderemos receber tudo o que pretendemos, tudo o desejamos, mas, acima de tudo, tudo o que merecemos. Neste sentido, há uma reflexão que se torna obrigatória de ser feita, a de compreendermos o percurso que tem sido feito, de entendermos que tudo o que temos é reflexo das nossas acções, das nossas escolhas, que as bênçãos que até nós chegam são a recompensa pelo nosso esforço, dedicação e entrega, mas que os desafios também não chegam até nós por divina providência. Então, dessa forma também, é preciso compreendermos que necessitamos, agora, mais do que nunca, basear a nossa vida nas nossas verdadeiras estruturas, nos nossos reais valores, compreender o que queremos ter como os alicerces das nossas vidas. Se soubermos escolher e definir tudo isso correctamente, então nada poderá abalar-nos, e, para isso, é preciso olharmos para dentro de nós, do nosso coração, libertarmo-nos do foco material, das questões terrenas, e deixarmos a nossa essência conquistar a sua verdadeira voz. Dessa forma, seguramente, iremos conseguir subir a mais alta montanha e atingir os nossos maiores objectivos.
Aquário
Se o ano que passou trouxe-nos grandes desafios, este não ficará, certamente, atrás. No entanto, é preciso percebermos que cada momento que vivemos, cada desafio, é um degrau que subimos na nossa vida, em busca de chegarmos mais longe, de atingirmos os nossos objectivos e propósitos, e que a cada degrau subido corresponde uma vitória, que ele dará acesso ao próximo, e que quanto mais depressa tentamos subir, mais difícil se torna. A questão que aqui se coloca é que, muitas vezes, somos inclinados para olhar mais para a frente, para o objectivo, e esquecemo-nos de que, para lá chegar, é preciso subir cada degrau, um de cada vez. Dada a nossa natureza mais mental e muito focada no futuro, a distância entre o agora e o objectivo tem enorme tendência para gerar medos, desconforto e dúvidas, e é com isso que teremos de lidar neste próximo ano. A Lua é uma carta muito desafiadora, mas é ela quem nos irá orientar durante este próximo ano, aliando-se a outra carta, por vezes, difícil, o Pajem de Espadas. Esta é uma combinação muito intensa, que coloca a nossa já muito acelerada mente em total furacão, pois confronta-nos com uma parte de nós que nem sempre é muito fácil de lidar. Os nossos medos são os maiores bloqueadores do nosso percurso, pois eles têm como base uma vivência no futuro, nas hipóteses e nos pressupostos, nunca na realidade. O caminho que temos percorrido nem sempre tem sido fácil, tem-nos trazido muitos obstáculos e muitas provações, mas a verdade é que tal tem-nos dado outra visão de nós mesmos e, em muitos momentos, mostrado o quão fortes nós somos. Se insistirmos em viver no futuro, no que poderá ou não acontecer, continuaremos a castrar a nossa verdadeira essência, a nossa identidade, a nossa originalidade e viveremos em frustração absoluta, presos aos nossos medos e dúvidas. No entanto, quando nos permitimos fluir nas nossas emoções, acreditando no caminho já percorrido e direccionando a nossa atenção para o presente, focando-nos no que é realmente importante, compreendemos que o futuro é escrito em cada acção, em cada atitude, em cada pensamento, e que de nada serve estar a viver no hipotético. O medo é reflexo de não deixarmos, muitas vezes, o coração mostrar o caminho, de pormos a nossa mente à frente de tudo, de pensarmos demais sobre coisas que ainda não aconteceram e que não sabemos, sequer, se irão acontecer. Quando deixamos o coração falar, a mente acalma e passamos a viver mais em aceitação e menos em aceleração, passamos a viver mais em paz e menos em frustração, e é isso que nos permite, no tempo certo, actuar sobre as nossas vidas e mudar o que precisa e pode ser mudado, a resolver as questões pendentes e a transformar, verdadeiramente, as nossas vidas. Este é o ano que nos irá pedir para encararmos os nossos fantasmas e os nossos medos, dando fim às reservas, às desconfianças, aos receios e permitindo-nos ser mais nós mesmos.
Peixes
Os últimos tempos têm sido de grandes transformações, de profundas mudanças e tomadas de consciência. Neptuno continua a passar pelo nosso signo, onde se sente em casa, levando-nos a uma dimensão mais profunda do nosso ser, obrigando-nos a mergulhar nas nossas emoções, na nossa essência, algo que nem sempre é muito confortável, mas que é extremamente importante se quisermos realmente sentirmo-nos bem e sermos felizes. Mergulhar e navegar dentro de nós mesmos, na nossa vida, implica sabermos estar bem centrados em quem somos e deixarmo-nos fluir com as correntes que nos sejam mais favoráveis, afastando-nos daquelas que não nos levarão aonde pretendemos chegar e, para isso, precisamos de aceitar também os ritmos da nossa vida, da nossa caminhada, do nosso propósito. A Roda da Fortuna, a carta que nos orientará neste ano, encontra no 7 de Ouros um misto entre um aliado e um desafiador, pois se uma nos vem trazer alguma rapidez nos nossos processos, ainda que isso implique estarmos bem centrados e largarmos maior parte dos controlos, a outra pede-nos paciência e compreensão dos tempos de cada situação nas nossas vidas. Muitas vezes, na ânsia de querermos resultados rápidos e imediatos, começamos a tentar controlar os factores, a tentar acelerar as coisas, esquecendo-nos que a árvore, para poder dar frutos, tem de crescer, e que o fruto, para poder ter sabor, tem de amadurecer, e que tudo isso leva um tempo próprio, único e singular, tal como tudo nas nossas vidas. Quando tentamos acelerar os nossos processos, entramos em mecanismos perniciosos de controlo que fazem com que as situações não desenvolvam da forma como realmente pretendemos, dando resultados, muitas vezes, opostos. A natureza do nosso signo é de uma profunda emocionalidade, tão profunda que, tantas vezes, nem nós sabemos lidar com ela, pois é como o oceano, duma vastidão enorme, o que leva a que a nossa mente assuma muitos controlos e tente orientar tudo, nomeadamente através duma ansiedade em respostas, em resultados. Este ano, o Universo pede-nos que deixemos tanto de tentar controlar e orientar tudo, permitindo-nos que a vida nos leve até onde temos de ir e, para isso, só nos é solicitado que estejamos atentos aos sinais, ao caminho que fazemos, e que tomemos as nossas decisões, façamos as nossas escolhas, nessa sintonia maravilhosa que sempre temos com tudo o que nos rodeia. Recordemo-nos que já plantámos muitas sementes nos últimos tempos, que as temos vindo a adubar e a cuidar delas, que nos temos dedicado a nós mesmos, ao nosso percurso, e que, sem dúvida, os resultados irão surgir. É compreensível um pouco de ansiedade, mas, honestamente, pensemos se alguma vez tivemos, verdadeiramente, algum tipo de controlo sobre a nossa vida ou sobre o nosso caminho. A resposta é não e, por isso mesmo, temos de compreender que tudo nos chega no tempo certo e na hora exacta e não nos serve de muito tentar saber porquê ou como, pois o mais importante, na verdade, é viver, é navegar e descobrir a imensidão de tudo o que somos.