Depois de um ano tão diferente, inesperado e difícil como foi 2020, todos esperávamos que 2021 fosse um ano de algum foco, em que passos importantes fossem dados para resolver algumas das questões que se foram revelando e ganhando forma. Este era um ano que prometia muitos desafios, que trazia com ele, como bem temos estado a sentir, uma intensidade peculiar, como uma vibração que acaba por trazer ao de cima questões latentes e padrões que estavam escondidos. Quer seja no mundo que nos rodeia ou mesmo nas nossas vidas, tudo o que precisava de ser visto revelou-se e tudo o que precisava de quebrar, encontrou na tensão dos dias e dos tempos a energia necessária para se partir, amplificando ainda mais a percepção de que estes são tempos de mudança, de transição, de revelações, mas, acima de tudo, são tempos de profundas tomadas de consciência, escolhas e decisões.
Os tempos de crises, como os que estamos a viver, são também tempos de separação entre o que está em sintonia com o nosso caminho e nos faz crescer, e o que está mau e precisa de ser extraído, limpo e transformado. Contudo, estes são tempos profundamente inconstantes, de divisões e polarizações, de incertezas e dúvidas, que elevam em nós, seres humanos, questões difíceis de serem vividas, pois somos naturalmente avessos à mudança. Sair e largar as estruturas que criámos, quando já não nos servem e apenas nos travam e bloqueiam, é dos maiores desafios que temos aqui na Terra, pois coloca-nos perante o desconhecido, a possibilidade do vazio. As estruturas e crenças sobre as quais vivemos tanto tempo, dão-nos a ilusão da segurança, da promessa da esperança de um “para sempre” que alimentámos em nós, de tal forma que, mesmo quando nos prendem, nos travam e nos fazem mal, preferimos continuar a acreditar que são boas. A questão é que este novo ano nos impele para uma nova direcção.
2022 traz-nos uma energia muito forte, que nos solicitará o caminhar por um trilho um pouco enevoado e muito imprevisível, que nos pedirá o enfrentar de medos, dúvidas e incertezas. No entanto, este é também um tempo de profundas decisões, que não podem, de forma alguma, ser tomadas apenas racionalmente, pois tudo o que nos foi mostrado nos últimos quase dois ensinou-nos que existem coisas que pedem mais do que a mente, que ultrapassam os modelos de previsão, que solicitam que o coração, o amor, a compaixão, a esperança e a fé sejam também uma parte importante da equação. É nessa conexão entre a cabeça e o coração, o trabalho de consciência potenciado durante o ano que agora termina, que está a chave para o percurso deste novo ano, cujo propósito continuará a ser, sem dúvida, o de nos encaminhar para o abrir de novas portas, mas que, para tal, agora terá de nos colocar à prova num caminho por vezes estreito e até um pouco inconstante, onde cada passo exigirá uma profunda sintonia com o nosso Eu, a nossa Verdade, o nosso Coração e a nossa Humanidade.
Foi neste sentido que, no passado dia 13 de Dezembro de 2021, dei a Palestra 2022: Sintonizar o Coração, onde olhei para 2022 através das lentes da linguagem Astrológica e da sabedoria arquetípica do Tarot, numa perspectiva espiritual e evolutiva, e que agora partilho com todos.
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