No passado dia 23 de Maio dei uma palestra na Sopro d’Alma, onde falei sobre o mundo em que vivemos e sobre o despertar que temos assistido por parte de, cada vez mais, pessoas para uma dimensão mais espiritual das suas vidas e da realidade. Vivemos um tempo de plena mudança, não só no mundo que nos rodeia, mas também, e principalmente, nas nossas próprias vidas, dentro de nós mesmos. Com tanto que temos vivido, tantas crises, de tantas naturezas, nestes últimos anos, muito do que acreditávamos estar estável, seguro e perpétuo desmoronou-se, trazendo-nos dificuldades e desafios com que nos debatemos em cada dia. Da mesma forma, temos sido obrigados a olhar para os sistemas, para as bases em que construímos o mundo, as sociedades, a nossa própria identidade e as nossas próprias vidas, duma forma completamente diferente.
Começámos a questionar o que antes nem sequer tínhamos percebido que existia, começámos a mudar a nossa própria perspectiva, a olhar mais para nós, a despertar para uma parte do nosso ser que, com o advento da industrialização, do racionalismo e do materialismo, que nos tem dominado durante, mais fortemente, nos últimos séculos, tinha ficado submersa, esquecida, deixada de parte. Hoje, e cada dia mais, procuramos respostas para questões muito mais profundas, mas ao mesmo tempo primordiais, do nosso ser. Mais do que saber que trabalho vamos ter ou que bens vamos conseguir acumular, temos sido levados a olhar para além de nós mesmos, ao mesmo tempo que mergulhamos em quem somos.
Hoje, e em cada dia mais, despertamos para nós mesmos, para as nossas verdadeiras vidas, para um caminho que poderemos chamar de espiritual. No entanto, no meio de um acordar colectivo, há muitas questões que surgem, muitas respostas que se procuram, muitas peças que precisamos de encaixar, começando por uma tão simples de formular, tão primordial, mas tão difícil de responder: afinal, o que vim e o que ando aqui, na Terra, a fazer? Por isso, nesta palestra, falei e alguns conceitos que têm chegado mais até nós, como a ascensão, a mediunidade ou as grandes eras, tentando compreender o momento que vivemos e fazer uma ponte para o que os próximos tempos nos trazem.