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Vénus retrógrado – o Sublimar da Beleza da Vida

Venus-Retrogrado

Dentro de menos de um dia, Vénus entrará em movimento retrógrado, algo que acontece, sensivelmente, a cada 18 meses, e que tem uma duração de cerca de 40 dias. Todos os movimentos de retrogradação são importantes e únicos, mas o de Vénus é, sem dúvida, especial e de configuração belíssima e poderosa.

O movimento retrógrado é um movimento aparente de um planeta que, na sua trajectória à volta do Sol, do ponto de vista da Terra, parece estar a andar para trás. Isto acontece devido às diferentes velocidades de cada planeta, um pouco como quando viajamos de comboio e o em que seguimos está a ultrapassar o outro, fazendo com que pareça que está a andar para trás. Do ponto de vista astrológico, este movimento é importantíssimo, pois representa a necessidade temporal de integração de determinadas energias e sua compreensão profunda.

Vénus é o planeta da beleza, da compreensão do amor e da vivência dos sentidos. Ela representa a forma como vemos o mundo e como o sentimos, o valor que damos ao que temos e a forma como expressamos essa mesma valorização. Embora Vénus fosse a deusa do amor, este planeta não representa a forma como amamos, mas sim o conceito que temos sobre a expressão desse amor e a consequente projecção para a realidade.

Note-se que Vénus é regente de Touro e de Balança, que representam as duas faces da deusa. Em Touro manifesta-se a face dos sentidos, da sensação, do prazer, mais terrena e carnal, enquanto que, em Balança, manifesta-se a face da estética, do conceptual, da beleza, vista pelo espelho que o outro é para mim. É pela Vénus que vejo a beleza, que sinto o prazer, que vivo a plenitude ou a carência. É ela quem sintetiza para a dimensão terrena, densa e material, a energia do Amor Universal, ajustando-a à vivência individual e ao desafio que cada um traz na sua vida.

Quando Vénus entra em movimento retrógrado, todo este processo é integrado, passando a ser interiorizado, com vista a um trabalho profundo de transformação. Vénus não é propriamente o planeta mais básico e simples da Astrologia, mas os seus segredos estão tão escondidos como os de um(a) cozinheiro(a) ou de um(a) bruxo(a). É essa alquimia profunda e sagrada que Vénus em movimento retrógrado nos vem pedir e potenciar.

Não fosse Vénus a deusa do amor e tudo o que ela faz não teria um toque de beleza singular. Observar a retrogradação de Vénus é compreender que o Universo tem segredos radiantes, belos e profundos, que se manifestam através de sinais e imagens únicas. Note-se que em cada 7 ou 8 anos, Vénus fica retrógrado apenas 5 vezes. Os pontos que toca são tão especiais que este movimento, ao longo dos tempos, desenha um constante pentagrama, representativo dos cinco sentidos, algo muito ligado a Vénus, dos cinco dedos de cada um dos nossos membros, também conectado com a sensibilidade e com a materialização. O número 5 é o número da quebra da estrutura instituída, que nos leva a uma aprendizagem sobre nós mesmos, pois essa quebra leva-nos à expressão da nossa criatividade. O número 5 está também ligado à Proporção Áurea ou ao Número de Ouro, expressivo da perfeição do Universo materializada na dimensão em que vivemos das mais diversas formas.

Retrogradações-de-Vénus---2007-2023
Retrogradações de Vénus – 2007-2023

Contudo, o que simbolicamente a retrogradação de Vénus nos traz é muito mais do que isso, pois a Vénus é a Estrela da Manhã (ou Estrela Dalva) e a Estrela da Noite, o que tem a ver com este movimento perante o Sol. Durante o seu percurso, Vénus nunca se afasta mais de 48 graus do Sol e quando atinge, mais ou menos esse ponto, ela começa a desacelerar e a aproximar-se novamente do Sol. Quando ela está à frente do Sol, como é o caso que agora acontece, ela é vista sempre ao início da noite, brilhante no céu. Quando está atrás do Sol, ela é vista ao amanhecer. Por isso, a cada nove meses, metade do tempo que está em movimento directo, ela volta a entrar em conjunção com o Sol. Quando entra em movimento retrógrado, Vénus fecha um ciclo de transição, limitando o Ego na expressão terrena e mostrando-nos que precisamos de reclassificar, requalificar, rever o valor do que apreciamos, do que escolhemos, do que amamos, do que vivemos.

Quando Vénus está no seu movimento retrógrado, pelos 40 a 45 dias, é tempo de olharmos para tudo aquilo a que damos valor e tomar a derradeira decisão sobre esses tópicos. Muito mais do que acção ou reacção, é dentro de nós que se dá o processo intenso de compreensão do que percepcionamos, sentimos e amamos nas nossas vidas. O que não é mais sentido precisa de ser requalificado, revisto e colocado no seu devido lugar e, por isso, nos tempos antes de Vénus ficar retrógrado, existe uma espécie de um teste àquilo que, naquele período, olhado pela casa (ou casas) em que estará a transitar, precisa de ser reajustado. Sentimos um certo desconforto, uma frustração, uma necessidade de mudar a nossa forma de ver, de sentir e de estar. O nosso espelho mostra-nos aquilo que, tantas vezes, não gostamos de ver, mas cabe-nos a nós reconectarmo-nos com a nossa Essência.

O planeta Vénus é uma espécie de irmão gémeo da Terra. Quer em termos de tamanho, como de forma, existe uma similaridade extraordinária entre os dois planetas. Diz-se, inclusive, que em tempos podem ter sido um só planeta, dividido por um cataclismo astronómico. Vénus representa, por isso, na dimensão astrológica, o corpo emocional, a essência do nosso Eu. Em movimento retrógrado, Vénus faz-nos mergulhar nos contornos fluídos da nossa Essência e olharmos seriamente para o fluxo que o rio está a tomar.

Venus Retrogrado - Mapa

Vénus entrará em movimento retrógrado no signo de Virgem, mais propriamente ao 0º, o seu primeiro grau, um espaço poderoso de transição energética que nos leva à essência do signo de Virgem. Virgem é regido por Mercúrio, que por sua vez está em Leão, signo regido pelo Sol, que também está nesse signo, seu domicílio. Tudo se resume a quem eu sou e ao que eu quero para mim. É preciso analisar, algo muito virginiano, se estou a ser sincero, honesto e correcto comigo mesmo, ou apenas caprichoso e infantil, em relação às questões que me têm feito fervilhar a mente e o sangue. Note-se que, curiosamente, quando entra em movimento retrógrado, Vénus apenas faz três aspectos, com Júpiter em Leão, com quem tem estado em conjunção, consequentemente em quadratura com Saturno em Escorpião e, por fim, a fazer um quincúncio com o Nodo Sul. A pergunta que Vénus nos faz é simples e resume-se a compreendermos se o que temos sido, a zona de conforto que temos mantido, realmente, mostra quem somos e o que temos a dar à sociedade e ao mundo em que vivemos. De uma forma mais terrena e focada nos assuntos mais banais, é preciso olharmos para aquelas questões que reflectem o nosso lugar na sociedade e compreender o que precisamos de transformar e reajustar.

Quando Vénus, no seu movimento retrógrado, voltar, dentro de dias, a Leão, vai passar a focar-se totalmente nessa dimensão do Eu, ficando o seu trabalho totalmente direccionado para a nossa identidade, para quem somos e para quem pretendemos ser. Vénus estará em movimento retrógrado até ao dia 6 de Setembro quando, ainda em Leão, à volta dos 14 graus, voltará ao seu movimento directo, voltando ao signo de Virgem já em Outubro. Entender a(s) casa(s) onde este movimento se irá passar é também compreender onde precisamos, nas nossas vidas, de ser objectivos em termos do que queremos para nós, dos caminhos que precisamos de definir, do que realmente precisamos de fazer e de limpar nas nossas vidas. Invariavelmente, quer queiramos quer não, esses temas vão ser mexidos, trabalhados e espelhados através das coisas mais simples nas nossas vidas.

Precisamos apenas de nos lembrar que Vénus tem duas partes de si mesma. Um lado seu reflecte a beleza inspiradora, subtil e divina, enquanto a outra nos traz o nosso lado carnal, físico e material. É preciso integrarmos estes dois lados e observarmos o nosso Eu, pois Vénus em movimento retrógrado é também reflectida por uma criatividade sem limites, que tanto pode ser levada para um lado apenas terreno, materialista, como também, e principalmente, pode ser levada para um aspecto mais subtil, divino e transformador, que nos permitirá dar um novo rumo aos nossos sentidos, à nossa percepção da vida, de quem somos, assumindo o nosso Eu e mostrando a nossa verdadeira beleza.

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